Falando de esportes: Tênis: Brasil de volta à elite.

O Brasil está de volta à elite da Copa Davis. O confronto contra a Rússia ainda não teve as suas cinco (5) partidas concluídas. Porém, como o Brasil fez 3x0 (nos confrontos), a vitória foi consolidada e a vaga à elite, conquistada.

Após nove (9) anos longe da primeira divisão do tênis por equipes o Brasil voltou ao seu devido lugar. Não há como deixar a paixão por esse esporte de lado em um momento tão feliz como o de hoje. Não há como mensurar a importância de tal feito para o tênis brasileiro. Não há palavras que descrevam essa estratosférica empolgação.

Desde o longínquo ano de 2003 o Brasil passou por etapas degradantes e cenários árduos. Parecia que o nosso tênis havia sido jogado em um total limbo do esquecimento e não mais voltaria aos dias de alegria. Como não lembrar os momentos de sofrimento na 3ª divisão? Como não pensar que poderíamos ter aproveitado a “era Guga” e, através dela, estarmos acima do sol? Como ser otimista diante de um cenário que nos levava a crer no contrário? Trabalho. Essa é a resposta.

O dia da redenção foi hoje, 15 de Setembro de 2012. Durante as batalhas nos últimos nove (9) anos tudo parecia ser ínfimo mediante os resultados que apareciam. Vivíamos como eternos resmungões pedindo a volta do ídolo Guga mesmo sabendo que isso não mais aconteceria. Estávamos no ápice do saudosismo diante de um cenário da falta de ídolos no esporte.

Quando os Russos caíram em nosso caminho a tendência, o primeiro pensamento seria o de: “ah, mais uma vez de fora”. Porém, diante do sol escaldante e da torcida que transbordava energia, os russos foram sendo derretidos ponto a ponto, jogo a jogo, um a um. Tudo bem que não contaram com seus melhores jogadores. E daí? Passamos anos luz esperando a oportunidade e não seria agora que daríamos de bandeja a vaga aos russos.

Não! Não irei fazer análises táticas ou técnicas. A dupla formada por Marcelo Melo e Bruno Soares venceu Alex Bogomolov Jr. e Teymuraz Gabashvili por 7/5, 6/2 e 7/6(7), no fervoroso piso de 40 graus em São José do Rio Preto (SP). É isso que vale. O momento bucólico foi encerrado no momento em que a bola do russo ultrapassou a linha limite da quadra e caiu, de forma lenta, no barro, no sopro que a torcida fez para que o “objeto limão” tivesse o seu destino bem longe da quadra brasileira.

Não nos enganemos e não nos deixemos cair no comodismo. Estamos de volta. Mas a continuidade não pode ser efêmera. O trabalho agora é o de criar – novamente - os espaços para que a 1ª divisão não seja apenas um sonho. Que seja a realidade continuada, o desenho da evolução e do fomento na qualidade dos nossos atletas.

É no criticismo das nossas ideias que podemos esperar ao menos uma nova forma de pensar e, através disso, recolocar de forma contínua o Brasil nas oitavas, quartas, semi (nossa melhor colocação) ou até mesmo em uma final de Copa Davis. Nossos heróis de hoje são: Rogério Dutra Silva, Thomaz Bellucci e os duplistas Bruno Soares e Marcelo Melo. Essa é a geração que pode nos levar a voos mais altos. Mas sempre com muita calma e trabalho.

A Copa Davis é o extravaso da torcida, é o momento do “não” silêncio do tênis, é o ápice da representação do seu país. Não podemos deixar isso escapar novamente e vivermos em profundezas abissais no mundo desse esporte que já nos brindou com tantos ídolos/ícones.

Chego a dizer que a nossa alforria, do tênis, foi reconquistada hoje. O esporte que já teve Maria Esther Bueno, Thomas Koch, Guga, entre outros, agradece aos heróis de hoje. Pela forma propulsora como reconduziram o Brasil ao seu devido lugar. Claro...pés no chão e trabalho, trabalho e mais trabalho. Mas hoje os amantes do tênis só possuem uma coisa a ser dita: Muito obrigado!

De volta à elite!

Marcelo Melo e Bruno Soares