quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Bate-Bola com o Tironi

 Boa tarde, leitores!

O post de hoje - mais uma vez - retratará um bate-bola que fiz com outro grande Jornalista. Trata-se de Eduardo Tironi. Editor-executivo dos canais ESPN no Rio de Janeiro.

Diferente do bate-papo da semana passada, eu tentei extrair do convidado informações mais relacionadas ao cunho social. Tenho nele (Tironi) e no Lúcio de Castro dois ícones no que concerne este assunto.


"Eduardo Tironi iniciou a carreira no extinto jornal Notícias Populares (SP), onde foi repórter em todas as editorias, inclusive a de Esportes, e cobriu a Copa do Mundo de Futebol da França 1998.

Em 2001, passou para o jornal Lance!

Ainda dentro do Lance!, criou em maio de 2009 o Blog do Tironi, um blog esportivo. O espaço continuou hospedado dentro do portal do jornal mesmo após Tironi ter deixado a publicação. 

Tironi foi contratado pela Espn Brasil como editor-executivo em maio de 2012." (http://www.portaldosjornalistas.com.br/perfil.aspx?id=525)
 
 Também cobriu a copa de 2006 que foi realizada na Alemanha.
 
 Vamos lá!



 


 

Tironi, o que te levou a optar pelo Jornalismo? Algum ídolo? Uma ideia fixa desde cedo?

Sempre gostei de comunicação, da área de humanas e sempre fui curioso. Adorava grandes reportagens, sempre li jornal desde criança. Não quis fazer publicidade por uma questão meio ideológica minha na época. Então, veio o jornalismo, do qual não me arrependo.

- Ser jornalista é...

- Tentar em todos os momentos da carreira ser olhos que estão em todos os lugares.

Todo jornalista torce para algum time. Como conciliar paixão e razão?

-no meu caso, a paixão pelo jornalismo, hoje, é muito maior do que a paixão pelo meu clube do coração. Então, fica bem mais fácil.

- Hoje em dia nós ficamos por dentro da notícia no instante em que ela acontece. O bom e velho jornal está "morrendo" aos poucos?

Espero que não. Grandes e importantes redações estão em jornais. Uma redação não pode morrer porque uma redação é mais eficiente do que um jornalista solitário. Uma redação tem um poder de apuração, contextualização, crítica, cuidados, edição que um jornalista sozinho não tem. O que os jornais precisam é lutar para serem relevantes. Relevância se faz com bom jornalismo.

A copa do mundo está chegando. Alguns elefantes sendo construídos e a elitização em nossa cara. O que você pensa a respeito da elitização nos estádios? E qual a sua opinião sobre o "estupro" ao maracanã?

Seria possível melhorar o conforto de nossos estádios sem elitizar o público. A Alemanha é o melhor exemplo disso. A Arena do Grêmio tende a ser assim. Quanto aos elefantes brancos, é uma batalha perdida e uma tragédia anunciada, infelizmente. Eles estarão aí mesmo.
Com relação ao Maracanã, me parece que será um estádio elitizado, para um público elitizado. Isso será a morte do Maracanã e de sua história. O Maracanã é mais do que um estádio. Durante sua história, ele foi eco de uma sociedade, da nossa mistura de raças e classes, um símbolo de um Brasil formado por peças tão diferentes e que formam uma coisa só. Agora, provavelmente será símbolo do "novo-riquismo" que se apodera do Brasil. O "novo-riquismo" que comemora o Brasil ser a sexta, quinta, sei lá qual economia do mundo e que ainda tem problemas básicos para serem resolvidos.


Já temos um campeão brasileiro em 2012. No entanto, muito se falou em arbitragem. Desqualificadas ou não estamos dando mérito ao campeão?

O problema não está no Fluminense. Está na arbitragem, péssima, mal-preparada, blindada e, consequentemente, sem muita obrigação de melhorar. A tendência é de que siga assim. Não há perspectiva a médio prazo de melhora.

Como grandes clubes brasileiros (grandes marcas) não estão conseguindo um patrocínio master? Imagem arranhada?

Para se patrocinar em um clube brasileiro é necessário acima de tudo coragem. Os clubes são amadores, os dirigentes mal-preparados e, diante de um quadro desses, o retorno é incerto. Creio que os clubes terão de diminuir suas pedidas em um futuro próximo.


Quais seriam os grandes méritos do fluminense na conquista do tetra?

O maior mérito: elenco muito forte, bem mais forte do que o dos rivais. Além disso, organização tática e uma melhora ainda que tímida na estrutura do clube.

O nosso grande craque é o Neymar. Você acredita que para aprimorar - ainda mais - o seu futebol ele realmente precisa ir à europa?

Sim. O futebol brasileiro é deficiente taticamente, os times jogam dando muitos espaços. (repare que a maioria dos gols de Neymar ele caminha com a bola da intermediária até o gol). Na Europa se joga de maneira mais compacta e Neymar teria de aprimorar algumas qualidades para conseguir jogar. (lembre que quando teve marcação mais compacta na Libertadores pouco fez).

Quem é o melhor jogador do mundo na atualidade? Por quê?

Messi. Pelos números impressionantes, pelas conquistas e por atuar em um futebol de alto nível.


Recentemente, em seu blog, você postou que os nossos estádios vivem no tempo da ditadura. Discorra objetivamente sobre o assunto para os amigos leitores.

Postei o assunto em meu blog quando faixas e mosaicos passaram a ser proibidos dentro dos estádios. Se isso não é censura, não sei o que é. Um árbitro chegou a atrasar o começo de um jogo em 15 minutos porque uma faixa na arquibancada dizia: "não vamos nos derrubar no apito". É um retrocesso assustador!


Quem acompanha o seu trabalho sabe que você é um amante - também - do cinema e música. Qual seria a música e o filme que se encaixariam perfeitamente no atual cenário do nosso futebol?

Música: No Future (Sex Pistols).

Filme... preciso pensar mais um pouco...rs



A identificação com a nossa seleção está cada vez mais em baixa. Nós sofremos um retrocesso com os mandos e desmandos da CBF (leia-se Ricardo Teixeira)? Exemplifique algum caso

Certamente sofremos um retrocesso, mas não relaciono diretamente com Ricardo Teixeira. A Seleção não se identifica com o brasileiro porque não joga mais aqui, porque os jogadores não atuam aqui e porque sempre os torcedores gostaram mais de seus clubes do que da Seleção. A Seleção empolga apenas nas copas do mundo.
Ricardo Teixeira tem relação à medida que afastou a seleção do nosso país, por exemplo. 


Quem foi o melhor jogador do campeonato brasileiro? Qual a maior revelação?

Melhor jogador: Fred (Flu)
Revelação: Bernard (Atlético-MG)


- Mundial de clubes chegando e a possibilidade entre uma final Chelsea x Corinthians existe. O timão deve manter seu esquema ou alterar mediante o adversário?

Deve manter. O time é muito forte.


- Muitos são os projetos sociais no esporte. Existem dois pesos e duas medidas para tudo. Como você enxerga o "mix" esporte, saúde e educação?

São áreas relacionadas. A base de tudo é o esporte na escola, que não existe e não deverá existir em curto prazo. Com esporte na escola, formamos atletas, cuidados da saúde e educamos. Infelizmente nossas entidades não pensam assim.


- Qual a melhor seleção do mundo na atualidade? Em que nível você colocaria o brasil? O que falta para ganharmos "corpo"?

A melhor ainda é a Espanha. O Brasil está abaixo das principais do mundo (Espanha, Alemanha e Argentina). Falta entrosamento e falta cancha para ganharmos corpo. Acho que isso acontecerá até a Copa.


Tironi, quero muito te agradecer pela paciência e compreensão. Qual o recado que você deixa para as pessoas que querem entrar para o ramo do jornalismo e quais as prováveis dificuldades? 

O mercado hoje é muito menos cruel do que já foi. Há mais espaço, mais possibilidades. O mais importante na carreira de jornalista é fazer algo que te dê prazer. É como encaro o trabalho.




Leitores, espero que vocês tenham gostado de mais um bate-bola. 
É de suma importância que todos sejam formadores de opinião. No entanto, é sempre um privilégio ter a palavra de quem está dentro do meio futebolístico para que possamos aperfeiçoar ainda mais os nossos conhecimentos. 

Abraços!




quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Bate-Bola com o Hofman

Boa tarde, leitores!

O post de hoje vai retratar tática, técnica, ídolos e grandes clubes através de um bate papo que tive com o Jornalista e Comentarista dos canais ESPN: Gustavo Hofman.

Desde já eu quero agradecer ao Gustavo por ter sido tão solícito no Twitter e Facebook. Atencioso e prestativo, me fez ter essa honra e o privilégio de postar em meu blog a nossa conversa.

Uma grande oportunidade para os amantes de esporte e futuros jornalistas encontrem, por que não, o caminho e novas ideias para as suas carreiras.

Sem mais delongas. Vamos lá:



- Você já tinha em mente - desde criança - ser jornalista? Como surgiu a ideia?

Não, desde criança não. Desde os 16 para 17 anos. Até então queria ser jogador de basquete, porque joguei dos 12 aos 17 na base do Campeonato Paulista, por Hípica e Tênis Clube, ambos de Campinas. E antes disso, quando garotinho, queria ser piloto de avião de guerra... hehehe. Optei pelo jornalista pela minha paixão por escrever e também para trabalhar com esportes.

- Hofman, muitos que acompanham o seu trabalho sabem que você é fã do futebol do Leste Europeu. Qual a sua relação com o mesmo?

Minha relação com o Leste Europeu é familiar, já que a família da minha mãe é da República Tcheca. A partir daí, desde criancinha, ouvia histórias da região e comia pratos típicos tchecos preparados pela minha mãe e pela minha avó. Fui crescendo e, naturalmente, meu interesse pela região foi aumentando. Aliado a isso, questões culturais e políticas me fizeram gostar ainda mais do Leste Europeu. Daí, para gostar do futebol de lá, foi um pulo.

- Qual a sua opinião sobre o jornalista manifestar (direita ou indiretamente) o time que torce? Atrapalha na hora de fazer as análises?

Vai de cada um. No meu caso não atrapalha em análises, mas acho que se o jornalista frequenta muito estádios, fica complicado sim, já que a imbecilidade de alguns pode causar sérios danos.

- Nos últimos anos o Barcelona foi tido como o melhor do mundo (leia-se "era" Guardiola). Você enxerga o atual momento sendo dessa maneira? Qual ou quais seriam o(s) outro(s) time(s) que se encaixariam como o melhor no momento?

Ainda tenho o Barcelona como o melhor time do mundo. Nenhuma outra equipe tem um meio-campo com Xavi e Iniesta e Lionel Messi mais à frente. A diferença, hoje, é que a distância do Barça para os demais diminuiu bastante, já que os rivais "aprenderam" a atuar contra o time catalão. Por isso Real Madrid, Manchester United e Bayern Munique estão bem próximos ou mesmo em nível igual.

- Fala-se muito em 4-2-3-1, 4-4-2, 4-3-3, etc. Esquemas a parte, qual o time que mais te encanta na hora em que rola o cotejo?

Hoje gosto muito de ver dois times jogando: Chelsea e Shakhtar Donetsk. Duas equipes com jogadores leves e que jogam um futebol ofensivo. No entanto, gosto de ver o futebol de outras maneiras também, além da ideia de que "só vale jogar no ataque". Por isso destaco o Corinthians no Brasil.

- Seria impossível não tocar no nome do Neymar nesse bate-bola. Alguns jogadores foram para a Europa e rapidamente adaptaram-se. Outros, com grande potencial, não obtiveram o mesmo sucesso e retornaram ao Brasil. O Neymar precisa ir para a Europa para que o seu futebol cresça ou jogando no Brasil ele pode se aperfeiçoar e, consequentemente, ajudar a seleção brasileira na busca pelo hexa?

Respondendo objetivamente a pergunta, sim. É possível ele ficar no Brasil, crescer e ajudar o Brasil na conquista do hexa. Acho, porém, que sua ida para o futebol europeu lhe ajudaria ainda mais nessa evolução.

- O Brasileirão está acabando e tudo indica que teremos o fluminense como campeão. Falam que o Atlético Mineiro encantou mais. O Fluminense não possui peças para fazer o mesmo? O Flu realmente é o melhor time do Brasil?

Considero o Corinthians o melhor time do Brasil. O Fluminense foi o melhor time do Campeonato Brasileiro, e venceu a competição de maneira incontestável, com um futebol forte e eficiente.

- Quem foi o melhor jogador do campeonato Brasileiro? Até o presente momento.

O melhor foi o Neymar, mas como ele jogou pouco... Mudo o voto para o Fred.

- Você viu, no Brasil, algum time com uma proposta de jogo ou um esquema que tenham lhe chamado a atenção? Por quê? Está tudo muito igual mesmo?

Sim, a maioria dos times por aqui joga de maneira igual. Gosto muito do Corinthians, das ideias do Tite. O próprio Fluminense, que também atua no 4-2-3-1, mostra um futebol moderno.

- Hoje nós temos boas seleções sendo montadas e outras já praticamente prontas para a copa do mundo. Espanha, Alemanha, Itália, Rússia, Bélgica, Argentina, Brasil, etc. Em sua opinião, qual a seleção que apresenta o melhor futebol coletivo? E qual aquela (favorita) que ainda precisa reajustar seu futebol?

Espanha, sem dúvida. O próprio Brasil, que está em boa evolução.

- O Mundial de clubes chegando. Em uma possível final entre Chelsea e Corinthians, quem você apontaria como favorito? A discrepância de 2012 é maior que a de 2011?

O Chelsea é favorito pelo elenco que tem, mas isso não significa título garantido. Se acontecer, será certamente um jogo equilibrado. Não, a discrepância de 2011 era incomparavelmente maior.

- Claro que eu não poderia te deixar de fora dessa: Qual o melhor jogador do mundo? Por quê? (Você pode salientar o melhor da temporada ou no contexto geral mesmo)

Lionel Messi. O que ele é capaz de fazer com a bola poucos são no mundo. Técnica absurda, capacidade de conduzir a bola única, ótima visão de jogo, boa finalização... Enfim, craque demais.

- Você teve ou tem algum ídolo no meio jornalístico? Aquela pessoa que te fazia parar e admirar.

Sempre admirei o Juca Kfouri e o Paulo Vinícius Coelho, e hoje, felizmente, tenho a honra e o prazer de trabalhar ao lado deles.

- Falando da Bélgica (risos). A safra é boa e a geração tem um futuro muito promissor. Como você vê as condições de disputa da seleção belga e qual/quais jogadores você daria maior ênfase dessa nova geração?

Meu maior temor em relação à seleção belga é o técnico, Marc Wilmotz. O considero inexperiente, e além disso vem inventando demais nas escalações. Os destaques são Jan Vertonghen - um dos melhores zagueiro do mundo -, Marouane Fellaini - destaque do Everton na Premier League - e Eden Hazard, o mais talentoso de todos os belgas.

- Gustavo, desde já quero te agradecer pela atenção e paciência. Qual o recado que você deixa para as pessoas que desejam seguir na carreira jornalística e enveredar pelo mundo dos esportes?

Buscar sempre os fatos, nunca ficar acomodado e ser ético sempre. Acima de tudo, jornalismo é paixão.


 

Nem preciso dizer que foi uma honra pra mim. Espero que vocês (leitores) tenham gostado desse  bate papo. 

Abraço!

 



quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Alemanha que encanta, mas não vence.

Quando falamos em futebol bem jogado (leia-se seleção) - nos últimos anos - a seleção espanhola surge como a preferida de muitas pessoas. Para uns, um futebol chato e que chega a dar sono. Para outros, é a escola de controlar a partida com passes precisos e jogadas rápidas com bastante inversão de jogo.

Eu tenho o meu ponto de vista. A seleção espanhola venceu uma copa do mundo e a Eurocopa por duas vezes seguidas em um espaço de quatro anos. Méritos totais da Fúria. No entanto, a seleção que mais me chama a atenção e encanta pelo jogo envolvente e pela dinâmica imposta dentro de campo é a Alemanha. Calma! Não estou dizendo que os germânicos são os melhores do mundo. Apenas uma opinião pessoal. Como a sua, caro leitor.

Podem questionar que não ganha nada faz um bom tempo. Verdade. Desde o título da Eurocopa de 1996 a Alemanha vem batendo na trave. Porém, aquele futebol chato, pragmático e eficiente de outrora foi “substituído” por outros aspectos que irei apresentar mais adiante.

PRAGMATISMO
Para os que acompanham futebol com frequência, a Alemanha é a típica seleção de chegada. Impõe respeito aos adversários. Seu futebol era reconhecido pelo pragmatismo e a alta eficiência. Tidos como “frios”, os alemães, usando a palavra de moda, eram letais. Não escondiam o lado defensivista. Entretanto, a elegância também era notada pelos lados de lá. Basta lembrar de Franz Beckenbauer. O homem que foi ímpar na arte de jogar como líbero. Atuava atrás dos zagueiros e tinha a total liberdade para criar as jogadas pela esquerda e/ou direita. Uma exceção no mundo de iguais. A seleção de 1990 venceu a copa, mas não encantou. Chegou à final em 2002 com o resultado mínimo (1x0) nas oitavas, quartas e semi. Até perderem para o Brasil.

A GAROTADA
Após a eliminação precoce na Eurocopa de 2004, ainda na 1ª fase, algo precisava ser feito. Já que em dois anos o time disputaria uma copa do mundo em casa. O primeiro passo foi chamar o eterno ídolo, Jürgen Klinsmann, para comandar o time. A renovação foi sendo feita pouco a pouco e o time foi terceiro colocado em 2006 sob aplausos da nação.

Klinsmann saiu do comando após o fim da copa. Para o seu lugar foi chamado Joachim Löw. Até então, o assistente de Jürgen. Ainda com o pensamento de rejuvenescer seu time, Löw levou a Alemanha ao vice-campeonato da Eurocopa em 2008. Quando perderam para a Espanha. Fato que também ocorreu na semifinal da Copa do Mundo em 2010. Mas a seleção continuava lançar bons e jovens jogadores. Ainda sob o comando de Löw, a Alemanha chegou às semifinais da Eurocopa em 2012, quando sucumbiram diante da Itália. Os resultados são bons. Sempre batendo na trave. Porém, o que chama mais a atenção dos que acompanham futebol é a boa e habilidosa safra. Vai muito dos clubes da liga local (Bundesliga) apostarem nas categorias de base e montarem seus times com jogadores do País.

A FORMAÇÃO


O time joga no 4-2-3-1. O chamado esquema da moda não pode ser “moda” para qualquer seleção. É preciso ter os jogadores certos para executarem tais funções. O time que vocês estão vendo na imagem é o de minha preferência e já foi utilizado várias vezes por Löw. No entanto, existem várias opções e diversos jogadores que podem ser encaixados no lugar de um ou de outro. Fique sempre com a sua opinião.

DEFESA
Os jogadores Neuer, Lahm, Hummels e Mertesacker são titulares incontestáveis. O grande problema vem sendo na lateral esquerda. Badstuber vem atuando por essa faixa de campo, mas não convence aos torcedores e a imprensa. É o típico zagueiro/lateral travado com a bola e duro na marcação. Não vai tanto ao ataque e permite que Lahm desempenhe o papel. Com isso, Badstuber chega a fechar como um 3º zagueiro quando o time está no ataque. Mas vem sendo muito criticado ultimamente.

 Por isso o lateral direito Lahm também pode ser improvisado na esquerda, com o também criticado Boateng na direita. Hummels, jogador do Borussia Dortmund, possui uma classe ímpar e tem técnica apurada. Zagueiro de muita qualidade. Faz muito bem a cobertura e é veloz.

Lahm é o ponto de equilíbrio da defesa. Capitão e versátil, o lateral tem bastante força ofensiva. Não fica a mercê de ir apenas à linha de fundo e cruzar para alguém. É um dos laterais “modernos” que gostam de centralizar e fazer tabelas. Tem um ótimo chute de fora da área e está sempre pedindo jogo.

VOLANTES
Khedira e Schweinsteiger se movimentam muito. Não ficam restritos as posições demonstradas na imagem. Alternam com muita frequência as posições. Atuam de forma simplória e com passes primorosos. Não são vistos como aqueles volantes fortes, que param algumas jogadas na violência. Sabem fazer a marcação, mas também ditam o ritmo de jogo. Sabem chegar a gol e são versáteis. Schweinsteiger atuou muito tempo como um ponta aberto pela esquerda. Já Khedira fez o lado direito no Stuttgart e mais recentemente no jogo contra a Itália, na Eurocopa. Dão maior tranquilidade para que Ozil possa trabalhar.

LINHA DE 3
Sendo bem protegido pelos volantes, Ozil tem total liberdade para cair pelos lados. Não fica apenas centralizado e esperando a bola no pé. Está sempre em intensa movimentação com Müller e Reus e o seu passe, atuando pelo meio, é fatal. Ozil tem visão de jogo apuradíssima e se destaca pelas suas assistências. Ao ter a proteção dos volantes e a profundidade de um dos pontas, também chega dentro da área. O que sobrecarrega o sistema defensivo do adversário...abrindo espaços para os que chegam de trás.

Thomas Müller não é um autêntico ponta velocista. Pensa mais o jogo e tem um excelente passe. Compacta bem a defesa na hora em que o adversário ataca a Alemanha e desempenha um bom papel tático. Faz o papel de inversão com primazia e se infiltra bem dentro da área. Tanto que foi artilheiro da última copa do mundo e atravessa bom momento em seu clube (Bayern de Munique). Já Marcos Reus é uma das jóias germânicas. Com apenas 23 anos o jogador do Borussia Dortmund tem boa visão de jogo, atua muito bem em profundidade e finaliza bem em gol. A rotatividade é intensa e o time, quando preso na marcação, envolve o adversário com tabelas fortes, rápidas e precisas.

CENTROAVANTE
Muitos preferem o matador Mario Gómez. Implacável goleador e que abre espaços para quem vem de trás poder finalizar.
Coloquei Miroslav Klose na escalação em função da sua mobilidade. Muitos se lembram dele apenas como um bom cabeçeador. No entanto, Klose sai bem da área e faz boas tabelas com os homens que vem de trás ou com os pontas que também afunilam na hora de furar o bloqueio adversário. Isso abre os espaços para os homens das laterais.

EXEMPLOS

Lahm pela direita: Centraliza, com um homem aberto pela direita, e aproveita para chegar em gol.


Lahm pela esquerda: Corta para o pé trocado e chute de fora da área.



Khedira: Adversário fechado e o volante entra como elemento surpresa.


Schweinsteiger: volante moderno. Marca bem e sabe sair pro jogo. Nessa jogada dá pra perceber o quão forte é o seu poder ofensivo ao chegar como elemento surpresa, driblando e servindo o jogador dentro da pequena área.

Ozil: Não acomoda em ficar apenas no meio. Cai pela direita e Reus entra na área.


Reus: aprofundando a jogada. Recebe pela ponta esquerda e cruza para a referência (centroavante) dentro da área pra fazer o gol.


Klose: Artilheiro nato. No entanto, consegue sair bem da área pra dar boas assistências (vide o jogo contra a Inglaterra – copa 2010). Essa, para mim, é a grande diferença entre ele o Mario Gomez. Nessa imagem ele vai dar a assistência para Müller chegar batendo.


Muller: Atua pela direita e também pode jogar pelo meio. Jogador que sempre está chegando dentro da área para concluir as jogadas e fazer seus gols. Na imagem ele recebe o passe de Klose.


Bem, pessoal. É isso!
A seleção que escalei foi por opção minha. Mas a Alemanha ainda tem grandes jogadores de valor que podem atuar no time titular: Stegen, Schmelzer. Howedes, Draxler, Holtby, Gotze, Shurlle, Kross, M. Gomez, etc.

Ainda não entrei pra valer nos aspectos táticos em detrimento da minha preguiça. Confesso!
Porém, é sempre legal ver e saber como os times jogam, se movimentam e concluem as suas jogadas.

Agradecimentos: Eu, Raniery, agradeço aos colegas Victor Oliveira e Leonardo Fernandes. O primeiro por ter feito o campinho das escalações e o segundo por ter postado o texto. Obrigado, amigos.

Abraço!