sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Bate-Bola com o Gustavo Hofman (Parte 2)

Foto: Site ESPN

O bate-bola de hoje é com o Gustavo Hofman, jornalista e comentarista dos canais ESPN. O assunto? É 100% Basquetebol. Esta é a parte 2 da entrevista que fiz com ele. O link da primeira matéria, realizada em 2012, será postado logo abaixo.

http://ranierymedeiros.blogspot.com.br/2012/11/bate-bola-com-o-hofman.html

DEDICAÇÃO AO ESPORTE

- Quando e como surgiu a paixão pelo basquete? Chegou a praticar o esporte?

A paixão pelo basquete surgiu naturalmente, até pelo meu tamanho. Comecei a jogar com 11 anos e fui federado dos 12 aos 17, quando disputei os Campeonatos Paulistas de base por Sociedade Hípica e Tênis Clube, ambos clubes de Campinas. Sempre fui apaixonado pelo basquete e tinha como objetivo virar profissional, mas acabei indo fazer faculdade, e no Brasil é muito difícil conciliar educação e esporte em alto nível. 

NBB

- Como você enxerga o nível da Liga?

É uma boa Liga, que melhora a cada temporada. Sei que há muito a se criticar, mas atualmente a situação encontra-se mais organizada do que há algumas décadas. Ainda está longe do ideal, mas melhorou bastante. 

O NBB contribui para a formação de novos atletas ou as nossas categorias de base estão obsoletas?

O NBB tem seus campeonatos de base e cada vez mais incentiva o desenvolvimento de novos atletas. O basquete brasileiro, na sua formação, está bem atrás das demais nações basqueteiras do planeta.

- Atualmente, quem é o melhor jogador? Relate seu diferencial em relação aos demais.

A partir do momento que o Bauru contratou o Rafael Hettsheimer, passou a ter o melhor jogador da liga. Ele é um pivô extremamente técnico, bem superior à média.


BASQUETE (ESPORTE) NAS ESCOLAS

- Até anos atrás o Basquete era uma das atividades mais procuradas nas escolas. Por que a demanda caiu?

Sinceramente, não sei como está nas escolas. Posso falar pelos parques, onde costumo jogar, e lá a demanda não caiu. Nos finais de semana, futebol e basquete seguem como os esportes mais praticados no Brasil. 

- Qual o papel do esporte nas escolas?

O esporte precisa caminhar lado a lado com a educação, tem um papel importantíssimo que o Brasil ainda não percebeu. Aqui, o esporte é tratado unicamente como atividade lúdica,  não damos a oportunidade ao estudante de ter o esporte como algo para sempre na vida. Para isso, ele precisa procurar um clube. Isso é um erro. Precisamos criar ligas estudantis fortes e bem organizadas.

Blog Viva Hoje com Saúde 

NBA

- Atual campeão, o San Antonio Spurs possui a política de contratar poucas estrelas. Qual é o segredo do sucesso? O que falar de Gregg Popovich (treinador)?

Popovich é o melhor treinador da NBA e sabe selecionar jogadores como poucos na liga. Com isso, o time tem o padrão estabelecido há muitos anos e, mesmo trocando peças, não muda o estilo.

- Vários atletas renomados sequer conquistaram um título. Monte o quinteto titular dos jogadores sem “anel”.

Farei uma lista com os jogadores que vi jogar: John Stockton, Allen Iverson, Reggie Miller, Marl Malone e Patrick Ewing.

- LeBron, Irving e Kevin Love. Após perder a final em 2007, quão alto o Cleveland pode sonhar após a montagem do trio?

O mais alto possível. Entra na temporada como o principal favorito ao título, ao lado do atual campeão San Antonio Spurs. A dúvida é: Irving, Love e LeBron vão dar liga?

Twitter @Obispo__

- Maiores campeões, Boston e Lakers passam por um novo processo. Como você enxerga o cenário da próxima temporada para as duas equipes?

Vejo o Boston com melhores perspectivas a médio prazo do que o Los Angeles Lakers. Com o Kobe, não acho que o Lakers vão brigar pelo título novamente, falta elenco, apesar da ótima escolha no último Draft, o Julius Randle. O Boston tem um time mais jovem e acho que pode ter, já nesta temporada, uma campanha bem melhor. 

- Quem é o melhor jogador da Liga? Por quê?

Kobe Bryant é o melhor jogador da NBA da atualidade, mas considerando toda carreira. Ele é maior do que LeBron, mas no momento o jogador do Cleveland "está" melhor.


- Sou muito fã dos jogadores que atuam como armadores. Escolha os três melhores PG’s da Liga.

Hoje em dia já não temos mais PG's como antigamente, que pensavam o jogo e finalizam bem menos, casos de John Stockton e Jason Kidd, para ficar com dois exemplos mais recentes. Steve Nash é, talvez, o último deles. Dentro desse novo estilo de armadores principais, fico com Chris Paul (que mistura bem os dois estilos), Derrick Rose e Tony Parker.


MUNDIAL

- Mais experiente, bem ou mal, o Brasil tem um bom time. Quais as suas expectativas para os comandados de Rubén Magnano?

Acho que, assim como na última Olimpíada, o Brasil entra com chances de medalha. O basquete masculino é a atividade coletiva mais equilibrada do mundo. Dependerá muito de um jogo, uma noite doa dos principais jogadores. O time, com essa geração, terá na minha opinião a última chance de medalha. Em 2016, a idade já poderá pesar mais.


- Mesmo sem alguns dos astros da NBA, os EUA ainda são favoritos? Como diria o Alê Oliveira (ESPN), quais seleções você colocaria na prateleira de cima?

Sim, são os favoritos, mas com a Espanha lado a lado, principalmente por jogar em casa.

ESCOLHA PESSOAL

- Qual o melhor atleta que você viu/vê jogar? O que o diferenciava dos outros?

Michael Jordan, simplesmente por ser o maior de todos.


- O que deve ser feito para popularizar, novamente, o basquete no Brasil?

O Basquete continua popular, precisa de mais organização, principalmente na base.

domingo, 24 de agosto de 2014

Brasil...país do Vôlei. É Deca!!! É deca!!!

Foto: AFP

A seleção feminina de vôlei conquistou na manhã deste domingo, 24, o título do Grand Prix de Vôlei. As comandadas de Zé Roberto venceram o Japão (donas da casa) por três sets a zero e faturaram seu décimo título. É fato que, se pegarmos os resultados obtidos na "era" José Roberto Guimarães - que chegou ao comando da seleção em 2003 -, pouco será contestado e questionado, já que o treinador venceu sete vezes este torneio. Soberania!

Precisando vencer por 3x0 ou 3x1, que lhe renderia três pontos, o Brasil foi avassalador e impôs um volume de jogo absurdo perante as donas da casa, que precisavam vencer "apenas" dois sets para ficar com o inédito título. Destaque do jogo, Sheilla foi, mais uma vez, cirúrgica nas principais bolas e, como melhor jogadora do mundo (opinião pessoal), levou o Brasil a mais uma conquista ao anotar 16 pontos. As meninas comandaram o jogo desde o primeiro instante, só sendo incomodadas no último set, quando, empurradas pela torcida presente em Tóquio, as japonesas esboçaram uma reação. Com parciais de 25-15, 25-18 e 27-25, o brasil, enfim, comemorou o decacampeonato. O Grand Prix serviu de laboratório para o Mundial, que será realizado em Setembro.

Único título ainda não conquistado, o Mundial tornou-se obsessão para a geração que ganhou quase tudo. Vice em 2006 e 2010, quando caíram diante da Rússia, as jogadores sabem que podem fazer história caso vençam em 2014. O objetivo maior está por vir.

A campanha brasileira só não foi perfeita por causa do revés sofrido diante da Turquia, já no hexagonal final. Creio que esta derrota elevou o moral das meninas, dando a entender que, para vencer, precisariam fazer algo a mais. Após o susto, vitórias tranquilas e voleibol de alto nível. Vamos a campanha do Deca:

PRIMEIRA FASE (9 jogos: 9 vitórias)

Brasil 3x1 China
Brasil 3x0 Itália
Brasil 3x0 República Dominicana
Brasil 3x0 Coréia do Sul
Brasil 3x0 Rússia
Brasil 3x0 Estados Unidos
Brasil 3x2 Estados Unidos
Brasil 3x0 República Dominicana
Brasil 3x0 Tailândia

Após o fim da primeira fase, 1º lugar na tabela e vaga para a fase final.



HEXAGONAL FINAL (6 JOGOS; 5 VITÓRIAS)

Brasil 2x3 Turquia
Brasil 3x0 China
Brasil 3x0 Bélgica
Brasil 3x0 Rússia
Brasil 3x0 Japão



Time titular:

Dani Lins (Levantadora), Fabiana (Meio), Thaísa (Meio), Jaqueline (Ponteira), Fernanda Garay (Ponteira), Sheilla (oposta) e Camila Brait (Líbero).

Dani Lins, Fabiana e Sheilla foram eleitas as melhoras em suas respectivas posições.


domingo, 17 de agosto de 2014

Federer vence Ferrer e conquista o Hexa em Cincinnati



O suiço Roger Federer conquistou hoje, 17, o título do Masters 1000 de Cincinnati (EUA). Após dois anos de jejum, o melhor tenista de todos os tempos voltou a erguer uma taça da segunda competição mais importante do circuito. A "seca" que vinha desde 2012, quando coincidentemente sagrou-se campeão na mesma Cincinnati, foi interrompida com a vitória sobre o espanhol David Ferrer. Com parciais de 6/3, 1/6 e 6/2, faturou o hexa em "Cincy".

Após o vice em Toronto, uma semana atrás, o suiço entrou no torneio disposto a quebrar essa maldição que tanto o incomodava. As vitórias sobre Murray e Raonic vieram para dar maior confiança ao número 3 do mundo, que "gastou" seu tênis em solo estadunidense. A final foi dura e, ao contrário do que mostra o histórico de confrontos contra Ferrer - 15x0 -, quem tomou a iniciativa de agredir foi o espanhol. Em contrapartida, Federer está mais sólido no fundo de quadra, não tenta definir na três primeiras bolas e suas subidas à rede são a marca do "novo" estilo de jogar do suiço. A temporada na quadra dura/rápida tem sido proveitosa e impactante.

Foi o 80º título na carreira desse gênio do esporte, que, mesmo com seus 33 anos de idade, ainda encanta pelo seu estilo clássico de jogar tênis. O US Open, último Grand Slam do ano, terá início na semana que vem. Com Nadal ainda se recuperando de lesão e Djokovic oscilando além do normal, o nome de Roger Federer aparece entre os favoritos. Aliás, sem vencer o torneio desde 2008, entende-se que o suiço está sedento em quebrar mais um jejum. Sob a batuta de Stefan Edberg, ex-jogador e atual treinador do atleta, o jogo de Roger melhorou consideravelmente. Nada de subidas precipitadas à rede, descontrole ao trocar bolas  e falta de motivação. O "novo Federer" está mais focado, vibrante e, quem diria, jogando raquetes no chão. Só prova que o desejo de vencer ainda o estimula.

Nada disso representa um título antecipado, já que em uma partida melhor de 5 sets as histórias são outras. Mas convenhamos que o troféu em Cincinnati servirá como grande fator motivacional. Parabéns, The King!