segunda-feira, 14 de julho de 2014

Seleção do Mundial 2014


Escolher os melhores do mundial sempre rende bons debates, pensamentos diferentes e, por vezes, discussões mais acaloradas sobre o que é (ou não) justo. Tentei utilizar critérios técnicos e de cunho decisivo. Eis os escolhidos.


Manuel Neuer (Alemanha) - Goleiro

Escolha difícil, já que K. Navas fez um brilhante mundial, operando verdadeiros milagres. Se Neuer não fez tantas defesas quanto o costarriquenho, mostrou-se importante nos momentos cruciais da fase final. Seguro, frio e...líbero. Não dá para desconsiderar sua brilhante atuação contra a Argélia, onde foi um verdadeiro líbero. E as defesas milagrosas contra a França? Neuer, sem nenhuma dúvida, é o melhor goleiro do mundo. Se o futebol alemão passou por uma profunda mudança, o mesmo pode ser dito em relação ao goleiro do Bayern de Munique, que aperfeiçoou seu futebol. Goleiraço!

Philipp Lahm (Alemanha) – Lateral-direito

Começou a copa no meio, mas quando Löw deixou a teimosia de lado, Lahm foi gigante nas três partidas em que atuou em sua posição de origem. Debuchy (França) fez um ótimo mundial, mas Lahm é diferenciado: sabe encontrar espaços quando o adversário fecha os lados, controla bem o ritmo da partida, incisivo, técnico. O melhor do mundo em sua posição.

Ron Vlaar (Holanda) – Zagueiro

Se a eleição tivesse sido feita até as quartas de finais, eu teria colocado David Luiz ou Kompany. No entanto, as fases mais agudas possuem um poder de exigência acima do normal. Vlaar não é nenhum prímor de zagueiro, mas passou no teste. Não é rápido, mas possui bom posicionamento. É incrível o comportamento do holandês no mano a mano, sem afobação. Passou três partidas dando aula de posicionamento tático.

Mats Hummels (Alemanha) – Zagueiro

Zagueiraço! Falo desse cara desde 2010, quando fiz um texto sobre o Borussia Dortmund. Que Copa do Mundo estupenda fez Mats Hummels. Além de defender muito bem, é perigosíssimo nas bolas aéreas – tanto é que fez dois gols. Mesmo não sendo dos mais rápidos, Mats soube se colocar muito bem dentro do esquema e fez a leitura perfeita dos adversários. Vale lembrar que, antes do mundial, ele e o treinador tiveram uma “discussão” que o levou ao banco de reservas.

Daley Blind (Holanda) – Lateral-esquerdo

Lateral ou zagueiro? Blind atuou de maneira impecável nas duas posições, já que sua seleção jogou com 3 defensores. Enquanto ala, mostrou aos demais qual deve ser o verdadeiro comportamento de um cara que sabe aproveitar os espaços pelos flancos. Boa visão de jogo, qualidade no passe, ótimo posicionamento e obediente taticamente.

Javier Mascherano (Argentina) – Volante

“Masch” surpreendeu pelo bom futebol apresentado. Foi o capitão do time, mesmo atuando sem braçadeira. É bem verdade que ele chega mais duro em várias divididas. No entanto, o que vimos durante o torneio foi um volante que desarmou, fez bons lançamentos e deu a vida em todos os jogos. O estereótipo de “brucutu”, ao menos na copa, não pode ser relacionado ao futebol desempenhado pelo atleta.

Toni Kroos (Alemanha) – Volante

Volante? Kroos foi o armador de sempre. As jogadas da campeã mundial passaram, insistentemente, pelos seus pés. Sua visão de jogo privilegiada rendeu boas ações aos alemães. Sua chegada em gol foi comprovada com gols, chutes de fora e passes precisos. Se Schweinsteiger foi o pulmão/coração do time, Kroos foi o cérebro da Nationalmannschaft. Jogador moderno, que defende e ataca com a mesma qualidade.

Arjen Robben (Holanda) – Meia-atacante -MELHOR JOGADOR DA COPA

Melhor jogador da Copa. Mesmo que a FIFA não o tenha escolhido, Robben foi o momento de esplendor do bom futebol. Dribles, fortes arrancadas, decisivo, etc. Não há como contestar o futebol desse cara que buscou a condição de “solista” em todas as partidas. Marcação apertada? Bola para o camisa 11. Contra-ataque em velocidade? Bola nele. Não se escondeu em nenhum momento, mesmo com fortes marcações. Foi, sim, o protagonista sem tanta grife, mas com o futebol sendo jogado de maneira requintada, para cima e alegre.

James Rodríguez (Colômbia) – Meia

Que canhotinha mortal é essa, James? A alegria de jogar esteve em seus pés, nas dancinhas após os gols e nas nrilhante jogadas desse ótimo jogador. Artilheiro da Copa com 6 gols, James fez gol em todas as partidas da Colômbia durante a competição. Por vezes sonolento atuando pelo clube, Rodríguez jogou a Copa ligado na 220, conduzindo sua equipe às fases mais agudas da copa.

Lionel Messi (Argentina) – Meia-atacante

Não foi o Messi que todos esperavam, mas foi decisivo em alguns jogos. Messi viveu de suntuosos lampejos durante o mundial. No entanto, todo gênio prova que precisa apenas de uma bola para mostrar seu poder de definição. Muito bem marcado nas partidas, faltou ao camisa 10 um pouco mais de incisão e domínio do próprio futebol. Apesar desses “problemas”, Messi foi perigoso em chutes e em esporádicas arrancadas – vide o lance contra a Suiça.

Thomas Müller (Alemanha) – Atacante

Outro bom valor dessa ótima geração alemã. Após duas copas disputadas, Müller já anotou 10 gols, e aparece como a principal ameaça para tomar o "reinado" Klose, recordista de gols (16) em copas. O camisa 13, herdeiro de Gerd, não para em campo. Direita, esquerda ou centro, lá está Müller se movimentando e dando opções aos companheiros. Já demonstra a frieza de um veterano, mesmo com seus 24 anos.

REVELAÇÃO - Memphis Depay (Holanda)


Mais um voto que me causou dúvidas. Depay ou Pogba? Fiquei com a ousadia dessa moleque bom de bola. Técnico, veloz e trabalhando para o time. Fez dois gols, deu assistência para gol e mostrou seu bom futebol.

TÉCNICO – Joachim Löw (Alemanha)


Ok, pode ser fácil escolher o campeão para melhor treinador, mas não é. Van Gaal foi muito inteligente ao explorar, taticamente, todos os seus jogadores durante o torneio. No entanto, pelo longo trabalho, e principalmente por abrir mão dos seus dogmas (caso Phillip Lahm), fico com o Löw.

Golaço da Copa – James Rodríguez vs Uruguai