segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Final (MASCULINO) US Open: A primeira vez a gente nunca esquece

        
      ANDY MURRAY 3X2 NOVAK DJOKOVIC


PRÉ-JOGO

Antes do US Open a grande maioria apostava em uma final entre Federer x Djokovic. Com a ausência de Nadal - devido às lesões - isso passou a se acentuar ainda mais. Mas qual o motivo de não apostar em Murray? O Britânico tinha a fama de amarelar nas finais. Já havia perdido 4 finais de Grand Slam. Seu mental era o grande problema. Já Djoker tinha a seu favor o fato de já ter conquistado cinco (5) Grand Slam e estar acostumado com a pressão e ser uma máquina no aspecto físico. Após a medalha de ouro em Londres, diante de Federer, o aspecto emocional de Murray deu uma modificada. Confiança em alta. Sinal de grande jogo.

O JOGO

Os dois tenistas possuem semelhanças quanto ao aspecto técnico. Isso ficou em evidência no primeiro set. Vários foram os erros de ambos os lados. Porém, a forte ventania que tomou conta de New York nos últimos foi um fator a mais para dificultar a vida dos finalistas. Murray não saiu do seu aspecto sólido, com bolas bem anguladas. 

Já Djoker, um leão, defendia todas e as suas bolas potentes não surtiram efeito mediante o fator externo que foi o vento. Parecia uma "batalha" psicológica que foi levada até o tie-break. Djoker saiu na frente, Murray recuperou. Mais uma vez Djoker na frente e novamente Murray se recupera. Uma briga intensa. 

Foi quando o britânico tomou a iniciativa e partiu para as bolas agressivas. Mediante essas bolas Djoker só pôde se defender e salvar cinco (5) set points. Mas uma hora isso teria que terminar. Murray fechou em 12-10 o tie-break. Estava provado que o problema mental que outrora lhe perseguia, agora estava sob controle.

O segundo set foi um show a parte do britânico. Djokovic continuou defendendo o que podia e o que não podia. Se jogou. Se cortou. Mas Murray parecia estar com sede de vitória, com raiva, e descontou isso na bola, com potentes bolas que já não mais voltavam. Tomou atitude. Não foi o Djokovic quem jogou mal, foi o Murray que controlou as ações. Quando o placar do set apontava 5/5 o caminho lógico das coisas seria um novo tie-break. Andy "fantástico" Murray manteve seu saque e fez 6/5. O mental lá no alto, a confiança nas nuvens e uma quebra de saque pra fazer 7/5 no set e 2x0 no jogo. A hora do primeiro título estava próxima?
Djokovic se jogando e se cortando
Djokovic salta para tentar rebater bola durante a final do US Open (foto: site espn)

Dentro de um jogo de tênis são encontradas várias partidas. O britânico até então confiante, foi sucumbindo com um "novo" Djokovic. O Sérvio deve ter rearrumado a cabeça e passou a explorar, ao máximo, o revés do adversário. Jogadas com mais de 40 trocas de bola e Djokovic com fogo nos olhos. Murray foi lançado de um lado para o outro e, sob os potentes saques de Djkoker, nada pôde fazer. Novak Djokovic fechou o set em 6/2 readquiriu a confiança e deixou a entender que: ainda posso vencer.

Foi com esse fogo nos olhos que Djokovic iniciou o set quebrando o saque de Murray. O britânico errava muito e cometia besteirinhas que culminavam com a perda do ponto. Sentindo isso, Djoker não hesitou em partir pra cima e encaixar bons saques para manter o serviço. Quando o placar estava em 5/3 para Djokovic, Murray teve seu saque quebrado quando tudo estava sob controle. Pelo menos parecia. Como um verdadeiro campeão com fome de conquista, o sérvio enfiou o braço e soltou seu forehand. Saque quebrado, vitória de djoker por 6/3 e eis o recado: eu não desisto fácil.

Murray erra muito e se cobra
Murray se desespera após cometer erro não-forçado na final do US Open (Foto: site espn)

Antes do início do quinto set os jogadores tiveram um tempo para ir ao banheiro. Acredito que deva ter sido nessa ida ao banheiro que Murray se acalmou, respirou fundo e remodelou, novamente, seu estilo de jogo. Já Djokovic estava com a vantagem, em tese, da força mental. Sair de uma adversidade de 2x0 em final de Grand Slam e empatar, não é para qualquer um. Já passavam das 4horas de jogo. Até as "máquinas" também quebram. 

E foi o que pareceu quando Murray começou, de maneira fulminante, quebrando o saque de Djokovic por duas vezes e fazendo 3/0. Muitos pensariam: "agora já era". Não para um cara como djokovic. Cansado? Sim! Desistir? Nunca! Voltou e quebrou o saque de Murray fazendo um esforço incrível. 

Sua fisionomia era a de cansaço. Assim como a do britânico. Quando parecia que Djoker iria encostar, Murray retoma a confiança, quebra o saque do sérvio e faz 5/2. Já sem o vento do início de jogo que tanto atrapalhou, as bolas andaram mais. Os golpes foram ficando cada vez mais potentes. O antes amarelão em finais de Grand Slam, Andy Murray, iria sacar para o campeonato. 

Com certeza passou um filme em sua cabeça. Com certeza, em uma fração de segundos, ele lembrou o que o título representaria. Seu saque entrou de forma mediana, mas djoker transbordou o cansaço após nem pular pra pegar um smash do adversário. Silêncio! Match Point. Murray saca, djoker devolve, murray manda na esquerda e Djokovic joga pra fora. Fim da "seca". Fim dos apelidos nada agradáveis para Andy. Umm britânico voltou a vencer um Grand Slam após 76 anos. Após mais de 4h50m um "novo" jogador era campeão. Andy Murray entra no seleto grupo dos campeões e manda um recado para Federer, Djokovic e Nadal: cheguei pra ficar.   
Andy Murray finalmente levanta primeiro troféu de Grand Slam - TIMOTHY A CLARY / AFP
                                                               (Foto: ahebrasil)





Parabéns, Murray!


OBS: Foi a primeira vez, desde 2003, que quatro (4) jogadores diferentes ganharam um (1) Slam no mesmo ano. Djokovic - Australia Open; Nadal - Roland Garros; Federer - Wimbledon; Murray - US Open.



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