domingo, 12 de abril de 2015

Tricampeonato e hegemonia cruzeirense

Cruzeiro campeão Superliga 2015 (Foto: Alexandre Araújo)
 (Foto: Alexandre Araújo)

Parece que a alegria da parte azul de Minas Gerais não tem fim. Após o bicampeonato brasileiro no futebol, foi a vez dos meninos do vôlei alcançarem a mesma honra. Comandados pelo capitão William, o Cruzeiro venceu a forte equipe do Sesi (SP) por 3 sets a 1 e faturou o terceiro título da superliga. A hegemonia cruzeirense é latente, mostrando que o investimento tem colhido frutos, já que o clube disputou sua 5ª final consecutiva.

Partida entre o 1º e 3º colocados da fase de classificação, no Mineirinho completamente lotado. O jogo veloz do time mineiro contra o toque tático dos paulistas. O início de partida foi bem movimentado, principalmente por parte do Sesi, que apresentou muito volume de jogo. Sendo assim, Marcelinho (levantador) passou a reger o time, dando passes simétricos para Théo (oposto). Marcelo Mendez (Cruzeiro), sentiu o ritmo pesado por parte dos paulistas, pediu tempo, mas nada pôde fazer. Lucão virou a bola que definiu o primeiro set em 25x21. Espanto!!!

O set seguinte demonstrava a tônica da partida: equilíbrio. O grande diferencial? William, que distribuiu o jogo de maneira perfeita e, acima de tudo, o cubano Leal, que virava todas as bolas. O Sesi bem que tentou esboçar alguma reação, mas, mediante o apoio da torcida, o Cruzeiro fechou a parcial em 25/19 e empatou a partida. 

Nada melhor do que começar o terceiro set abrindo vantagem, jogando em casa e atuando bem. Tudo isso esvaiu após Riad (meio) encaixar bons saques, quebrando a recepção mineira. Aliás, o fator saque fez com que Lucão (meio) também tirasse proveito da defesa adversária. O placar apontava para 24/21 Sesi, e tudo parecia estar definido. No entanto, Marcelinho insistiu em utilizar Lucão como bola de segurança e, marcado, foi engolido pelo ótimo time celeste. Sentindo o peso da partida, Lucarelli errou a última bola do set. Cruzeiro 27x25 (2 sets a 1).

Ginásio Mineirinho final Sesi Cruzeiro Superliga (Foto: Alexandre Arruda/CBV )
(Foto: Alexandre Arruda/CBV )

Dono da partida, os donos da casa impuseram seu ritmo no set derradeiro. Que time fantástico!!! Vale salientar que o Sesi tinha em quadra jogadores de seleção: marcelinho, murilo, serginho, théo, lucão, lucarelli. Mas ficou praticamente impossível parar os ataques do canadense Winters - que substituiu Filipe -, os "paredão" Éder, os golpes precisos de Wallace e as jogadas de craque do "El Mago" William. Não teve jeito, Cruzeiro 25x19, tricampeão e, sem sombra de dúvidas, a melhor equipe do voleibol brasileiro. O Mineirinho, em uníssono, cantava para seus heróis. 

Torcida Cruzeiro Sesi Mineirinho Superliga masculina (Foto: Thomás Santos/Futura Press/Estadão Conteúdo)
(Foto: Thomás Santos/Futura Press/Estadão Conteúdo)

quinta-feira, 19 de março de 2015

Djokovic vem faminto para quebrar todos os recordes




Por mais que eu não aprove certas atitudes do sérvio Novak Djokovic, é perceptível o grau de maturação/evolução que ele dispôs a colocar em seu jogo. Sendo assim, o questionamento que fica é: ele pode quebrar recordes de títulos?

Sim, acredito que, caso mantenha o nível atual, mas sem grandes lesões, terá todas as ferramentas em seu jogo para pulverizar Grand Slams, Masters 1000, Jogos Olímpicos etc. É absurdo o que vem jogando, desde 2011, com tamanha regularidade. Sua força mental é algo que causa inveja aos menos capacitados. Seus adversários imponentes já não sabem mais como pará-lo. Federer, mestre na grama, sofreu uma dura derrota em wimbledon 2014; Nadal, rei do saibro, escapou de ser derrotado pelo sérvio em Roland Garros; Murray, oscilante, parece não ter a cabeça no lugar ao enfrentar Nole.

Espero realmente que não aconteça, pois quero que Federer, ou até mesmo Nadal, fiquem com o posto de rei dos títulos. Alguns artificios do Djoko ainda me incomodam. No entanto, assim como deixei de lado as manias do Rafa, a tendência é a de esquecer essa "birra" com o sérvio, ficando em segundo plano. Algo bem semelhante com Messi x Cristiano.

Djoko vem forte para os próximos anos. É complicado? Sim! Mas quem ousaria duvidar desse cara totalmente obcecado por mais e mais vitórias? Eu que não irei me atrever. 

quarta-feira, 4 de março de 2015

Luis Suárez reencontra seu lado goleador


Luis Suárez chegou ao barcelona cercado de muitas expectativas. Artilheiro da Premier League, o uruguaio foi a peça fundamental para o retorno do Liverpool à Champions league e, dessa forma, despertou o interesse do barça, já que o clube carecia de um autêntico camisa 9. Seus primeiros meses na Catalunha não foram fáceis, mas, partida após partida, reencontrou seu melhor futebol e a fase goleadora que lhe é peculiar.

O camisa 7, então no Liverpool, anotou impressionantes 31 gols e foi o artilheiro da temporada 2013/2014 na Premier League. Sempre atuando como o homem de referência, mas tendo liberdade para flutuar pelos lados, Luisito deu show e fez com que o barça não pensasse duas vezes antes de pagar uma fortuna para comprá-lo.  


Os 31 gols do Pistolero em 2013/2014https://www.youtube.com/watch?v=nS8pqLtyEZU

O Barcelona passava pela “Messidependência”, e a falta de um autêntico finalizador fez com que o time não obtivesse êxito no embate dentro da área contra os zagueiros. O uruguaio chegou para suprir esta carência, mas, a priori, foi colocado para atuar aberto pela direita pelo técnico Luis Enrique. Sua responsabilidade ofensiva começava com a obrigação de acompanhar o lateral, dar várias assistências para gols, mas seu instinto matador ainda não havia aparecido no Camp Nou.

Luis Enrique percebeu que poderia e deveria modificar seu esquema de jogo. Por que tirá-lo de sua posição quando o clube o contratou justamente para exercê-la? O comandante Culé deixou Neymar pela esquerda, Messi pela direita (com total liberdade de armação) e Suárez foi atuar próximo ao gol, onde é letal. Com seu retorno à posição que lhe convém, o jogador começou a ter atuações de respeito e reencontrou sua fase goleadora. Jogadores como Luis Suárez precisam viver em seu habitat natural. Tirá-lo de onde mais gosta de jogar pode ser um tiro no pé para o clube – que pagou caro por ele -, esquema tático, companheiros e, o principal: para o próprio atleta.


Pouco a pouco, após a nova formação, o entrosamento do trio de frente foi ficando completo, repleto de tabelas e aproximação entre eles. Juntar três craques é, teoricamente, um ponto fácil de se fazer. O complicado é deixá-los à vontade, formando um ataque sem vaidade, em que é possível constatar o interesse em prol do grupo.


O ano de 2015 começou com crise pelos lado do clube catalão, mas após a derrota dante da Real Sociedad o time passou a jogar por música. Messi, Neymar e Suárez cada vez mais próximos, fazendo tabelinhas, e a confiança dos torcedores nas alturas com as exibições do tridente goleador. Lusito, outrora apenas garçom, reencontrou o caminho das redes de maneira regular. Messi vem atuando como um autêntico “Enganche”, armando as jogadas ofensivas, mas também sendo goleador. Neymar é a velocidade, o drible improvisado, o rompedor de zagas, e também atravessa um bom momento no que concerne a quantidade de gols. Mas é Suárez quem vem atuando de maneira segura, dinâmica, cruel e matadora. O pacto com as redes fez do uruguaio um jogador mais temido com a camisa do barça, já que seu começo pelos blaugranas não empolgou tanto assim. Como retratar, em poucas palavras, o gol anotado contra o Levante? Surreal!



Foi jogando centralizado que o artilheiro retomou a confiança em seu futebol e fez as pazes com as redes. O barça tinha muita movimentação, mas, quando precisou de um cara que brigasse com os zagueiros, falhou. Com Suárez este pesadelo foi superado e, ao analisarmos sua brilhante partida contra o Manchester City, constata-se o porquê do clube ter gastado com um cara que prende os zagueiros, é rápido, finalizador e incomoda para caramba seus marcadores.


Atuação de gala contra o Manchester Cityhttps://www.youtube.com/watch?v=KSyloyDM_7s

O que se espera deste jogador? Gols! O camisa 9 é um exímio goleador e isso só tende a ajudar o barça na briga pelos títulos que almeja. Atletas como ele precisam de regularidade e, acima de tudo, confiança. Até bem pouco tempo atrás, cara a cara com o gol, a bola batia em seu pé e não entrava. Hoje, entrosado com Messi e Neymar, retomou a confiança em seu jogo e voltou a balançar as redes com frequência. A responsabilidade de gols no barça vem sendo bem dividida, e só quem tem a ganhar é o clube. Luisito é matador, decisivo e sedento por gols. Quem será capaz de pará-lo?


terça-feira, 3 de março de 2015

A boa fase de Felipe Anderson na Lazio

FOTO: AFP

O jovem de apenas 21 anos de idade é um dos destaques da Lazio na temporada 2014/2015. Após quase ter sido emprestado, Felipe teve em Pioli (treinador) o total apoio para permanecer e mostrar seu real valor. É, sem sombra de dúvidas, o motorzinho que pode levar seu time à Champions League. Nem parece aquele menino mais preocupado em ser uma estrela fora dos gramados, que tomou vários gritos de Muricy Ramalho e quase perdeu as boas oportunidades que o futebol poderia lhe proporcionar. Hoje, mais maduro, aprendeu que, por mais habilidoso que seja, é preciso jogar em equipe e ter bom posicionamento tático. O futebol italiano, com a sua disciplina defensiva, o fez enxergar isto. 

Felipe Anderson começou nas divisões de base do Gaminha - time de sua cidade -, passou pelo Coritiba e se firmou no Santos. Foi na equipe da baixada santista que conseguiu ser promovido ao time principal, em 2010. Após o vice-campeonato da Copa São Paulo, quando os meninos da vila perderam para o tricolor paulista, passou a ser olhado de perto. Figurou na equipe principal, teve a extensão de contrato sendo realizada no mesmo ano e, ao lado de Neymar, Ganso e André pôde sentir o gostinho da fama. Exigir que um garoto de 18 anos tenha tamanha maturidade não é fácil, e talvez por isso tenha perdido o foco e o direcionamento na carreira. As broncas de Muricy soavam como "perseguição" ao garoto, mas ele sabia que algo poderia ser melhorado. 

FOTO: IVAN STORTI

Após dois anos de aprendizado, finalmente obteve a regularidade como jogador titular. Rápido, habilidoso e por vezes displicente, atuou centralizado, aberto pela direita e esquerda, mas o que realmente abriu os olhos do time italiano foi a facilidade que o atleta sempre teve para flutuar pelos vários setores do campo ofensivo. Felipe não gosta do jogo parado, prefere a velocidade e a objetividade. O ano de 2012 foi bastante produtivo e, mesmo não sendo um goleador nato, anotou seus gols com a camisa do Santos. Suas boas atuações foram recompensadas pelo interesse declarado por parte da Lazio e, em Janeiro de 2013, um fax não encaminhado impediu sua ida para a Europa. Meses depois, com o fax devidamente enviado, foi vendido por quase 8 milhões de euros ao time azul da capital italiana. 

Seus lances com a camisa do Santos (2012)https://www.youtube.com/watch?v=2AfG7Z2JSS0

A temporada 2013/2014 foi de total adaptação, compreensão tática e, acima de tudo, uma autoanálise de seu futebol. Sempre teve em mente que a Lazio não é um time que vá brigar por títulos, contudo, a chance de mostrar seu futebol para os gigantes da Europa aumentariam consideravelmente. O primeiro ano foi um tanto quanto improdutivo, mas de amadurecimento e aprendizado. Voltou mais focado e sabendo o que poderia fazer pelo time. 

A grande temporada estava por vir. Novo treinador, novo esquema, nova maneira de se tornar importante para o time e seus companheiros. A chegada de Stefano Pioli fez bem a Felipe Anderson, que, no 4-3-3 do treinador, atua aberto pela direita, mas possui total liberdade para flutuar. O garoto tornou-se peça fundamental na transição ofensiva da Lazio. O camisa 7 voltou a dar seus chutes de média e longa distância, aperfeiçoou a perna canhota, ganhou massa muscular e começou a impressionar pela velocidade surreal. 

FOTO: ZIMBIO

Sua boa fase foi brevemente interrompida em fevereiro de 2015, quando sofreu uma lesão no joelho. Voltou a atuar no último final de semana, e foi simplesmente o melhor em campo na vitória da Lazio sobre o Sassuolo. Seleção brasileira? Bem, se é o momento de testar, quais razões o impediriam de atuar com a amarelinha? Claro, é preciso ter sequência, regularidade e foco na carreira. Mas não podemos negar que a boa fase o credencia a tal honraria. 

(Foto: Alejandro Pagni/AFP)

Vídeo com suas jogadas em 14/15: https://www.youtube.com/watch?v=8mO1XePs4PM

Estatísticas

21 jogos
6 gols
6 assistências