sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Super Bayern!!!



Bayern de Munique e Chelsea fizeram um jogo espetacular. A partida, válida pela supercopa da Europa, teve várias facetas. Do gol de Fernando Torres no início do jogo, até o 'tento' anotado por Javi Martínez, nos acréscimos da prorrogação, o clima de revanche foi visto em campo. O mundo parou para ver (novamente) o duelo entre Pep Guardiola e José Mourinho.

A peleja, que terminou empatada em 1x1 no tempo normal, viu o placar ser repetido na prorrogação. Ao contrário de 2012, quando os ingleses levaram a melhor na decisão da Champions League, foi o Bayern quem elevou o moral e venceu por 5x4, nas penalidades. Foi o primeiro título dos Bávaros desde a criação da final realizada entre o campeão da UCL x campeão da UEL. Foi, também, o primeiro título de Pep Guardiola no comando do novo clube.

O Chelsea entrou no relvado com a proposta de defender com eficiência e sair rapidamente para os contra-ataques. Em uma dessas jogadas pelos lados surgiu o gol de Fernando Torres.

 Foto: Site Espn Brasil

O gol só elevou o nível da partida. Se de um lado pudemos comprovar a eficiência dos contragolpes do Chelsea, ao olharmos para o time de vermelho, deu para perceber que as principais jogadas foram tramadas entre Ribéry e Alaba, pelo lado esquerdo. Foi através de uma dessas jogadas que os alemães encontraram o empate, no começo do 2º tempo. Ribéry recebeu sozinho, avançou e chutou de fora da área. A bola ainda resvalou nos dedos de Cech. Na comemoração do gol, o francês foi abraçar Pep Guardiola.

Foto: Site Espn Brasil

Tentando colocar ainda mais pressão sobre o "Blues", o Bayern cedeu terreno e, por duas ou três vezes, quase tomou o gol. A cena marcante ficou por conta do escorregão de Dante. Schürrle roubou a bola e tocou para Oscar, mas o brasileiro não aproveitou a oportunidade...chutando em cima de Neuer.

 Antes da partida os jogadores falaram que o clima de revanche não seria visto. Não foi o que pareceu. Mandzukic e Torres passaram a partida trocando "carinho"; David Luiz e Mandzukic (novamente) também se estranharam; e após uma entrada imprudente em Götze, Ramires foi expulso.

Foto: Site Espn Brasil

A prorrogação começou com tudo. Os alemães tentaram pressionar, mas foi o Chelsea, em jogada individual de Hazard, quem fez 2x1. O belga driblou Lahm, passou como quis por Boateng e chutou. Neuer ainda deu uma colaborada. Vai, Hazard!

 Foto: Site Espn Brasil

Sabendo que o tempo estava passando rapidamente, Guardiola jogou seus atletas na área e sufocou o time de José Mourinho. Foi uma verdadeira pressão por parte dos Bávaros. Cech, grande goleiro que sempre foi, operou verdadeiros milagres. Após tanta insistência e sem desistir, gol do Bayern. Bola alçada na área...Dante desvia de leve - o suficiente para tirar dos zagueiros - e ela sobra para Javi Martínez. O espanhol, que havia entrado no decorrer do jogo, empatou o cotejo no último suspiro...nos acréscimos do 2º tempo da prorrogação. 

 Foto: Site Espn Brasil

Pênaltis

Todo mundo foi fazendo seu golzinho e deixando o clima na República Tcheca ainda mais tenso. Com 5x4 para os vermelhos, Lukaku foi para a bola. Precisando empatar, para levar a decisão para as cobranças alternadas, o belga chutou e parou nas mãos de Neuer. Acabou! Fim de jogo. Festa na Baviera.

 Foto: Site Espn Brasil

Decisão digna de dois grandes clubes. Festa bonita antes da partida, organização fantástica, pessoas bem acomodadas, alegria das duas torcidas e um espetáculo maravilhoso dentro das quatro linhas. Foi assim que o Bayern de Munique ergueu a taça pela primeira vez em sua rica história. Super Bayern!!!

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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Reforços vindos de Madrid

Foto: Osmar Júnior

Vice-campeão da temporada passada, o Napoli quer alçar voos mais altos em 2013/2014. Equipe que vem figurando entre os 3 primeiros colocados do "Calcio", os "Azzurri" esperam por melhores resultados na Champions League. Para isso, trouxeram o experiente "Rafa" Benítez, técnico campeão do torneio com Liverpool, em 2005. O espanhol chegou para substituir Walter Mazzarri, que acertou com a Inter de Milão.

Conhecido por "espanholizar" seus times, Benítez já chegou com a notícia de que Edinson Cavani, principal estrela do time, não continuaria. Tentando manter o excelente nível técnico da equipe, trouxe três peças importantes que vieram do Real Madrid. Comprovando que gosta de ter compatriotas ao seu lado, contratou Callejón, Albiol e Higuaín - que não é espanhol, mas fala o idioma e atuou muito tempo nos "Blancos".

Dúvidas quanto a qualidade dos três reforços? Nenhuma! Albiol e Callejón pouco atuaram sob o comando de José Mourinho. Já o argentino Higuaín esteve em constante rodízio com Benzema. Mas, em função da boa fase do francês, amargou o banco de reservas. O camisa 9 da seleção argentina não apresenta nada de extraordinário. No entanto, é um exímio matador e finalizador. Para suprir a ausência de Campagnaro, que foi para a Inter, mandou trazer um antigo conhecido dos tempos de Valência: Raúl Albiol. A priori, parece que o esquema com três zagueiros, que tanto deu certo com Mazzarri, vai ser modificado. Logo, Callejón, que atua com extrema habilidade pelos lados, ganhará espaço no elenco.

O time da cidade de Nápoles é experiente e pode sim, pensar em fases mais agudas na Champions League. Retratando o campeonato local, que não vencem desde 1990, quando Maradona ainda era a grande estrela, a briga será com a Juventus. No ano passado o time chegou a brigar pelo título com a "Vecchia Signora". Mas, em função de alguns tropeços e do elenco sem grandes peças de reposição, perdeu forças na reta de chegada.

Com a chegada dos reforços vindos de Madrid, a situação pode ser alterada. Não será surpresa ver o Napoli na briga pelo Scudetto. Mais forte e preparado para a longa batalha que está por vir, resta saber se terão forças e aguentarão disputar três competições paralelas com a mesma qualidade.

OBS: o goleiro Pepe Reina, que também é espanhol, veio para assumir a titularidade no gol.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Missy "Simpatia" Franklin


Não sou fã dos Estados Unidos. Para falar a verdade, tenho aversão ao lado obscuro e sujo que envolve o lado político desse país. No entanto, quando o esporte entra em ação, esqueço quem é quem, a qual país pertence, etc. Fico vidrado e emocionado com a disputa, a adrenalina, os recordes, as lendas, O ESPORTE.

Semana passada, durante as competições do mundial de esportes aquáticos em Barcelona (Espanha), uma "pequena" e notável estadunidense me fez assistir, de pé, as suas provas. Com apenas 18 anos de idade e esbanjando simpatia para com TODOS os jornalistas, Missy Franklin ganhou, ainda mais, a minha admiração. Esse vínculo emanou nos jogos olímpicos de Londres, em 2012. 

Seja em piscina curta ou longa, é talento bruto, raro e já lapidado - mesmo com a pouca idade. Ao contrário de alguns atletas que deixam o público na mão, Missy parou para dar entrevista após todas as suas provas, ao canal SPORTV. Podem dizer que: "ah, fez isso por ter vencido as provas". Não, não! Até mesmo após a prova em que ficou na 4ª colocação, foi conversar com os seus fãs com o mesmo sorriso simpático e sincero de sempre. 

O que essa garota fez em Barcelona é digno de aplausos. Das 7 provas que disputou, venceu 6 (Ouro) e na outra ela ficou, como falei acima, na 4ª colocação. Com esses resultados, a garota de Pasadena (Califórnia) tornou-se a recordista de medalhas em mundiais: 13. Sendo 11 em piscinas longas e 2 duas em piscinas curtas.

Medalhas de Ouro:

Mundial de Xangai (2011)

- 200 metros costas
- 4x200 metros livres
- 4x100 metros Medley

Mundial de Barcelona (2013)

- 4x100 metros Medley
- 100 metros costas
- 200 metros livres
- 4x100 metros livres
- 4x200 metros livres
- 200 metros costas

Que venha os jogos olímpicos de 2016. Quem sabe eu não a encontro pelo Rio?!!!
C'Mon, Missy!

Imagem feita por Osmar Jr.  : https://www.facebook.com/obmjunior18?fref=ts

sábado, 3 de agosto de 2013

Se é Portaluppi, é losango; O novo velho Grêmio de Portaluppi



O inconfundível sotaque carioca segue no comando do tricolor dos pampas, porém, adornado por uma mística inexplicável e inexorável perante o tempo.  O carioca da gema, Vanderlei Luxemburgo, cedeu seu lugar a Renato Portaluppi, carioca por opção. E, em suas bagagens originaria do Rio de Janeiro, Renato trouxe seu inconfundível losango. Despachando o antiquado meio campo em quadrado de seu antecessor. 

A áurea em torno do ídolo segue inabalável. Porém, Renato persegue algo mais auspicioso. O ídolo quer a canonização, tornar-se uma entidade divina, transcendental. E sua busca só terá fim quando o pedregoso caminho resultar em títulos. 

O clima de fim de festa entre Luxemburgo e vestiário/direção cessou com a pomposa chegada de Renato. Se o casamento estava desgastado, Renato pôs torcida e clube em lua de mel. Se há exigências em ser ídolo, há benefícios. A cobrança será lenta, quase que imperceptível e, caso resultados não florescerem, gradual.

As engrenagens do tricolor dos pampas seguem emperradas, carecem de graxa para bom funcionamento. Com Portaluppi como mecânico, a solução será motivação como elemento principal. O perfil do treinador promete sacolejar o clima desalentador do vestiário e resgatar o tradicional DNA aguerrido do clube.
Renato permanece fiel ao seu losango. O esquema, originário da Itália, segue o mesmo, porém, estrategicamente modificado. 

No Grêmio, Renato Portaluppi organizou um 4-4-2 em losango com tripé astuto de volantes. Para quem gosta de desdobramentos em quatro faixas de campo, é um 4-3-1-2 (embora os volantes não estejam alinhados, o que contradiz o princípio deste tipo de descrição tática). O posicionamento dos carrilleros tricolores é mais a frente do que o natural. 

O vértice inicial segue uma incógnita, ou Renato opta por Adriano, típico volante “quebrador”, atua somente na fase defensiva, ou, Souza, volante de passadas largas e com qualidade no passe; na segunda linha, à frente, ficam Zé Roberto (esquerda) e Riveros/Souza (direita); Elano é o enganche, fazendo a conexão com o ataque formado por Kléber/Vargas e Barcos, na teoria.
*Obs: Devido à lesão de Zé Roberto, Souza deve assumir posto de Zé. Vargas igualmente lesionado perde posição para Kléber.

Há uma compensação para guarnecer o meio-campo “solto” (Contra o Botafogo com Zé Roberto e Souza como carrilleros e contra Fluminense com Zé e Riveros quando o lado esquerdo ficou exposto em demasia). Os laterais, Pará (direita) e Alex Telles (esquerda) ficam mais fixos, formando a ultima linha com Bressan e Werley e Adriano, plantado à frente. Atua-se com lateral-base, sem avançar, ou com avanços conservadores. Entretanto, com volantes de oficio (Souza/Ramiro/Biteco e Riveros), Renato libera o lateral que se encontra no flanco atacante e prende o lateral oposto. Adriano segue na proteção à zaga, o cão de guarda, flutuando no meio campo para ser o primeiro combatente.

A transição defensiva tricolor é ágil. Recompõem-se com dinâmica interessante, sem deixar brechas. Em parte por laterais estarem presos formando a linha defensiva ao lado de zagueiros e Adriano executar função estritamente defensiva em frente aos zagueiros. Portanto, a dinâmica fica a mercê dos carrilleros, que possuem presença ofensiva e precisam realizar recomposição com velocidade.

Legenda: transição defensiva com tripé de volantes fechados e estreito. Sete jogadores recompondo frente a linha defensiva.

Realizada a transição defensiva é formado o posicionamento defensivo. Simples e extremamente trivial. Sete jogadores compõe o sistema defensivo em boco blaixo: primeira linha defensiva composta por laterais e zagueiros; tripé de volantes que recuados; Enganche e avantes não participam defensivamente. A marcação tende a ser estreita e compacta, mas não é via de regra, há momentos lúcidos e apagões. A marcação é solta próximo ao meio-campo e apertada a partir dos três quartos do campo defensivo. Falta ao Grêmio maior sincronia entre volantes e laterais na marcação para não ceder espaço e avanços, mas, pode ser estratégico, pois o tripé de volantes é fechado, com volantes próximos, mas que não basculam no sentido da bola.

Legenda: Grêmio postado no losango compacto, linhas próximas, sem brechas entre elas e estreito,com jogadores próximos quanto a largura. Sete jogadores agrupados, o tripé de volantes congestionando a entrada da grande área. 

A função de carrillero/box-to-box (exercido no Grêmio por Riveros e Zé Roberto/Souza) é essencial para o losango, lhes convido a entender o Box-to-box: “Box-to-box é uma referência ao jogador que faz, no meio-campo central, o ‘vai-vem’. Box significa área, em inglês, portanto a tradução é ‘de área a área’. A definição é claríssima: o jogador que sem a bola posiciona-se defensivamente à frente da própria área, e quando a equipe recupera a bola aproxima-se dos atacantes, nos arredores da área adversária. Atuar nos dois campos é prerrogativa básica desta tática individual.”.

Momentaneamente o Grêmio ainda é um rascunho, persistem resquícios de Vanderlei no tricolor e é sedo para constatar algo concreto de Portaluppi na equipe, a não ser o fatídico losango no meio-campo. E nesta faixa de campo reside a patologia tricolor: criar. A equipe sofre com abstinência de chances, e Elano não se caracteriza “pifador” nato.

“O enganche atua como o elo entre o meio-campo e a linha da frente, é o jogador que opera no “vazio” entre a defesa e o meio-campo da equipa contrária e tenta assim, usando esse espaço, criar situações de golo para os dianteiros e restante equipa. É um jogador que atua na altura dos três quartos do campo, alternando situações de finalização com a construção de jogo”.

Devido ao posicionamento defensivo ser em bloco baixo, a transição ofensiva depende dos carrilleros, pois, Elano não compacta com os restantes e não recua para iniciar organização ofensiva. Corriqueiramente Zé Roberto assume este papel e transita em velocidade entre defesa e ataque. Atuando fora de casa à transição é ineficaz, pois atua em velocidade, mas com poucos homens no campo ofensivo do adversário e sem vitoria pessoal dos avantes no contato direto com zagueiros.

Postado ofensivamente o tricolor encontra imensa dificuldade em furar bloqueios. A equipe é dependente dos carrilleros para criação. O enganche, Elano, é tímido em campo, rende-se facilmente a marcação e pouco organiza, restringe-se aos três quartos do campo ofensivo. A presença ofensiva dos carrilleros é o ponto positivo com Zé esboçando criação e Riveros presente na área adversária. Porém, o apoio conservador dos laterais frustra qualquer dobradinha entre carrillero e lateral.

A bomba sempre estoura no ataque. Kléber e Barcos formam dupla de avantes. Não há presença do típico velocista, ou saca-rolha. "Saca-rolha" moderno, pois, o ponta, "saca-rolha" de época, foi crucificado, morto e sepultado. Porém, o intuito segue o mesmo. Jogador que desmorona defesas pétreas. Ele mexe na marcação alheia, desencaixando as peças do ferrolho e abrindo espaços.

Kléber quando rodeia a grande área o faz de costas, fazendo pivô e cavando faltas, geralmente excelentes oportunidades, pois Elano cobra faltas com primazia, porém, torna o jogo truncado, lento e fornece chance do adversário se postar defensivamente. Kléber, definitivamente, não é atacante de movimentação. Seu corpanzil não casa com características de um atacante de movimentação.

Barcos vive seu inferno astral. A bola chega mascada em seus pés. Seus membros inferiores parecem ter se tornando “canelas”, pois as domina com imensa dificuldade. Suas excursões fora da área tornaram-se improdutivas e previsíveis. Uma usina nuclear para acender um palito de fósforo.

A esperança reside em Vargas, chileno que, no momento, esta lesionado e em período de adaptação em Porto Alegre, pois não revive áureos tempos de Universidad de Chile. 

GRE-NAL
Para o Gre-Nal Renato faz mistério, a tendência é de que a equipe seja formada com: Dida; Pará, Werley (Rhodolfo), Bressan e Alex Telles; Riveros, Souza, Elano e Maxi Rodriguez; Kleber e Barcos.

Legenda: Provável Grêmio para o clássico. O esquema segue o mesmo, as peças mudam e devem alterar a dinâmica da equipe.

O losango deve seguir no meio-campo com: Souza atuando como vértice inicial; na segunda linha, pouco à frente, ficam Elano (direita) e Riveros (esquerda); Maxi o enganche, fazendo a conexão com o ataque formado por Kléber e Barcos.

Com Souza na primeira função o primeiro passe deve ter maior qualidade. A diferença reside no enganche Maxi Rodriguez. Uruguaio com maior movimentação, se comparado a Elano. E o próprio Elano atuando como carrillero, terá fôlego?

Segue o clichê: Clássico é clássico e vice-versa, imortalizou o poeta da grade área Mario Jardel. 


TEXTO DO EDUARDO PAPKE ROCHA