E mais uma vez o sonho da medalha de ouro
olímpica no futebol masculino foi adiado. Após o vice em Los Angeles (1984) e
Seul (1988), foi a vez de Londres (2012) reencontrar a amarga e dolorosa
derrota em uma final.
O descontentamento com a seleção de Mano Menezes
antes do torneio era evidente. Porém, jogo após jogo o Brasil foi desempenhando
um futebol que o credenciava ao ouro. A média de gols até então era de 3 por
jogo. A defesa, pra variar, insegura. Mas as fases iam passando e o Brasil indo
adiante na competição.
A final, contra o México, foi cercada de
expectativas e esperanças. A confiança estava depositada em Neymar, Damião e
principalmente em Oscar. Porém, os jovens também sentem o peso de uma final
olímpica.
A partida já começou com o México fazendo o seu gol logo
de cara, aos 30 segundos. Após um vacilo do lateral Rafael, o atacante Oribe
Peralta começou a aprontar das suas. México 1x0. Após o gol o Brasil sofreu o
que chamamos de apagão. A bola parecia queimar nos pés dos jogadores que,
visivelmente, ficaram nervosos. Em detrimento do aspecto psicológico a seleção
não conseguiu impôr o seu jogo e o México, de forma obediente, foi amarrando e
dando sustos no sistema defensivo Brasileiro. O primeiro tempo terminou com um
chute do jogador Oscar e um petardo de fora da área de Hulk.
As esperanças no segundo tempo voltaram após o
Brasil começar marcando, 'mordendo' e partindo pra cima do México. Parecia que
o gol sairia em questão de tempo. Mas o que se viu foi um cruzamento na área
brasileira e Oribe Peralta, com toda a sua competência, cabeceou para o fundo
das redes de Gabriel. México 2x0 e as 'peraltices' em Wembley foram acentuadas.
Após o segundo gol Mexicano o desespero entrou de vez em campo,
a vontade de fazer tudo e ao mesmo tempo nada tomaram conta da seleção
canarinho. Chutes sem direção foram soltos em motins. Mano Menezes, ainda com um
fio de esperança, colocou Lucas no lugar de Rafael que, após tentar um toque de
calcanhar no campo de defesa tomou uma sonora bronca do zagueiro Juan. O
descontrole antes interno agora fora exteriorizado de maneira explícita.
Nos acréscimos da partida Hulk recebeu a bola
pela direita e chutou na saída do goleiro. Gol! México 2x1 e mais 2 minutos
para tentarmos algo surreal. O inimaginável veio aos 47 minutos quando Hulk
cruzou pela direita e Oscar, sozinho, não fez como Peralta e cabeceou para
fora. Estava sacramentada a vitória mexicana e o adiamento, mais uma vez, da
tão sonhada e inédita medalha de ouro para o futebol brasileiro.
Após o apito final do juiz o que se viu foi a
desolação por parte de alguns jogadores e o choro compulsivo de Lucas. Talvez
por saber da grandiosidade, representatividade e da importância do título. Não
se deve achar que tudo está errado. Mas está longe, muito longe de chegarmos
perto do ‘correto’.
Não foi o Brasil quem perdeu. Foi o México quem
soube vencer e controlar as suas emoções. Talvez a cidade de Londres não
quisesse sambar. Talvez, após 14 dias de jogos e cansada, ela só quisesse uma
dose de Tequila para lavar a alma.
Parabéns ao México!
Fonte da foto: terra.com.br
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