quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Meninas de 'chegada'.

A seleção feminina de vôlei conseguiu hoje a vaga para a final dos jogos olímpicos de Londres (2012). A equipe do técnico José Roberto Guimarães vai disputar a sua segunda final consecutiva e, diante do mesmo adversário, os Estados Unidos.

Antes desacreditada, em função das péssimas campanhas na copa do mundo (2011) e Grand Prix (2012), a equipe chegou à Londres sob forte desconfiança da imprensa e de muitos torcedores. Porém, o que se viu em quadra foi um time que cresceu nos momentos decisivos e se superou nas adversidades.

Zé Roberto teve uma grande dor de cabeça durante os últimos quatro (4) anos: encontrar uma substituta para a levantadora Fofão que se aposentou da seleção após os jogos de Pequim (2008). Tentou e testou com maior assiduidade a experiente Fabíola e a promissora Dani Lins. Mas nunca chegaram a passar total confiança. Já no ano de 2012, durante a disputa do Grand Prix, o técnico optou por testar a experiente Fernandinha. Durante o vice campeonato do Grand Prix a equipe dava sinais que iria sofrer em Londres. Após a competição Fabíola foi cortada dos jogos olímpicos, para a surpresa de muitos que apostavam em Fernandinha e Fabíola. No entanto, Dani Lins foi a escolhida.

Em uma chave complicada o Brasil passou sufoco desde o primeiro jogo. Começou vencendo a jovem e promissora Turquia por 3x2 em um jogo difícil e nervoso. Em seguida, diante dos Estados Unidos a equipe não encaixou seu jogo e perdeu por 3x1. O duro golpe veio diante da Coréia quando o time esteve apático e perdeu por 3x0, dando margem à eliminação ainda na primeira fase. O jogo seguinte, contra a China foi para dar moral. Vitória por 3x2 e o time respirava por aparelhos. Na última partida da primeira fase a equipe teve de esperar por uma combinação de resultados para saber se teria ou não chances de passar para as quartas-de-final. Beneficiadas com a vitória dos Estados Unidos sob a Turquia por 3x0, o time não deu a mínima chance à Sérvia e aplicou um sonoro 3x0. Jogando bem e readquirindo a confiança.

Nas quartas, um velho fantasma pela frente: a Rússia. Em Athenas (2004) as Russas protagonizaram uma das maiores viradas em jogos olímpicos. Após estarem perdendo por 24x19 no 4º set as Europeias buscaram forças do inimaginável e venceram o set. No tie-break, com 14x11 Brasil, o apagão veio a galope e a virada Russa veio com merecimento. Tragédia Grega!

Após Athenas o Brasil ainda perdeu mais duas vezes para as Russas em Mundiais. Estava engasgado.
O time entrou mordido e, após estar perdendo por 2 sets a um, virou partida e obteve a vaga, de forma épica, diante das Russas. Foi a redenção de um time desacreditado. Dani Lins provou que merece a confiança da torcida, Thaisa abriu um buraco na quadra Russa e Sheilla, bem... FENÔMENO. Vale salientar que o time cresceu muito de produção após ouvir a torcida gritar: o campeão voltou.

A semifinal de hoje foi contra as Japonesas. Time que defende muito e que é preciso ter muita paciência para virar as bolas. Mas o que vimos foi um show de entrosamento, defesa e passagem à final. Foi um 3x0 sem sustos. Foi um jogo quase que perfeito.

Antes do jogo decisivo diante da Sérvia pude notar vários comentários de internautas dizendo: passar para as quartas pra quê? Pra passar vergonha? É melhor perder agora.
Nunca concordei e, teimoso como sou, fiquei sempre na expectativa para que a equipe, antes adormecida, embalasse e encontrasse novamente o voleibol de campeã olímpica.

Para os cornetas de plantão, só posso dizer uma coisa: não se pode duvidar de uma equipe de chegada.

Agora é torcer para que estejamos em um dia inspirado e iluminado. Vencer os Estados Unidos e conquistar o Bicampeonato Olímpico.


Fernanda Garay e seleção feminina Brasil x Rússia vôlei Jogos de Londres (Foto: Ivan Alvarado/Reuters)Fonte da foto: globoesporte.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário