Mulher e futebol: Espaço conquistado

Que o futebol é paixão nacional, isso é da sapiência de muitos. Porém, algo de cunho relevante e extraordinário vem em toada crescente nos últimos anos. As mulheres, antes com a imagem errônea de sexo frágil e sem aptidão para o futebol, começam a tomar conta das conversas, blogs e resenhas por Brasil afora.

Não nos deixemos enganar e acreditar que mulher não gosta de futebol. Seria tolice da nossa parte. A situação mais comum nos estádios é ver uma mulher com a camisa do seu time, esbravejando e entoando seu amor pelo mesmo. O futebol é quem agradece. Os estádios passam a ter a pureza no toque feminino de assistir e debater o mesmo. Os times fomentam a sua grandeza mediante o charme e a meticulosa importância da mulher no futebol. Chega a ser indelével analisar todos estes aspectos.

O esporte passa a ter o tom sensual da mulher. As curvas que outrora apenas deixavam os homens malucos, agora mostram o lado semelhante às curvas que são dadas na bola na hora de fazer um gol. A beleza feminina traz toda a divindade que lhe é peculiar e associa-se com a riqueza do futebol. Mulher e futebol misturam-se...dando o toque final para duas paixões nacionais.

Mulher gosta sim de futebol. Ela vibra, chora, se emociona, caminha com o time, procura informações, compra o material da equipe, se embeleza só pra dar aquele charme ao espetáculo e a sua participação contínua nos estádios desse Brasil de meu Deus. Não pensem que é algo circunstancial. Elas vieram pra ficar.

Penso que existem três (3) tipos de mulheres que procuram o futebol por objetivos diferentes. Que são:

- As que gostam de futebol;

- As que gostam e entendem de futebol;

- As que gostam, entendem e jogam futebol (não profissionalmente).

E é aí que entra uma pessoa em particular a qual tenho profunda admiração.

Pouco tempo atrás tive o prazer de entrar em contato com uma garota através de uma rede social. Desde o primeiro momento eu notei que ela não gostava de futebol. Amava! Seus jeitos e trejeitos sempre rendiam boas conversas. E eu ficava imaginando: Nossa! Como essa garota entende mesmo de futebol.

Sempre pesquisando, buscando novas informações e em constante investigação sobre a história do seu clube de coração: Liverpool (Inglaterra). Ah, e também uma ferrenha torcedora do Palmeiras.

Sua paixão não é apenas por jogadores. Não é daquelas que passa a maior parte do tempo falando que tal jogador é bonito ou feio. Ela “brinca” de analisar taticamente e tecnicamente aos jogos que tem o prazer de assistir. Fora a habilidade em se comunicar e transmitir seus pensamentos sobre o esporte.

Essas qualidades lhe renderam um emprego em uma rádio de Pintadas, município da Bahia. Desde então, não perco um só programa dela em parceria com mais dois rapazes que são super descontraídos. Não é novidade uma mulher ter esse “poder”. Podemos enumerar várias mulheres no comando de programas esportivos e que mandam super bem.

O amor dela pelo Liverpool é fascinante e digno de aplausos. A forma como a qual ela aborda futebol me faz crer que é a vida dela ali. Com certeza, em seus compenetrados comentários, ela passa segurança e amor pelo o que faz. Sempre disposta a aprender e nunca sendo pluralista.

Tenho o sonho de poder debater, nem que seja por cinco (minutos), algum assunto relacionado ao futebol com a pessoa em questão. Não tenha dúvidas de que seria mais um grande aprendizado para mim.

Hoje eu consigo enxergar o futebol sobre uma ótica diferente graças aos comentários e algumas ideias as quais ela, educadamente, me passou. Outro aspecto importante: não é fechada para falar bem apenas do seu time e idolatrar seu ídolo (Steven Gerrard). Não importa o campeonato, o time, ela consegue fazer comentários pontuais e imparciais.

Estou falando dela, mas existem milhares de meninas que são assim. Existem milhares de meninas que quando olham um videogame, e lá está o jogo de futebol, falam: tem controle pra mais um. E esse é o barato da vida. Uma vez Arrigo Sacchi, ex treinador da Itália disse “O futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes”. Isso já pode ser válido para homens e mulheres que amam o esporte.

Espero ter a continuidade das conversas com essa torcedora do Liverpool que me ensina novas coisas todos os dias sobre o futebol. E, TAMBÉM, espero continuar a conversar com outras meninas que, como ela, bate um bolão quando debatem o esporte mais popular do país. E vocês vão ouvir falar muito da pessoa em questão. Podem ter certeza.

Há quem diga que o preconceito por mulheres falando de futebol ainda existe. Pode ser! Mas para os que possuem a mente aberta, isso já não mais faz parte do “habitual”. É algo jogado e esquecido com as poeiras do passado. Hoje a mulher tem vez e voz quando o assunto é futebol. Claro que não são todas que se encaixam nesse perfil. Mas a grande maioria já conquistou o seu merecido espaço e o devido respeito.