O torcedor
Palmeirense que, em outrora estava preocupado, hoje mantém o fio de esperança
na equipe que luta pra não cair para a segunda divisão do campeonato
brasileiro. Mas o que mudou? Algo realmente mudou com a saída do Felipão e a
chegada do Kleina?
Algumas situações
táticas podem ser percebidas com maior clareza mediante a evolução da equipe
nas últimas partidas. Irei mostrar algumas delas.
FELIPÃO
- Desde que chegou ao Palmeiras ele utilizou o esquema
4-5-1 em 2010 (na maioria dos jogos) e posteriormente, o esquema da moda:
4-2-3-1
- O 4-5-1,
nem sempre, é um esquema totalmente defensivo. Mas o técnico precisa de peças
que apresentem alternativas de jogo e um veloz contra-ataque. Coisa que o
Palmeiras não tinha.
- No 4-5-1 de
2010 o Palmeiras chegou às semifinais da Sul-Americana. Para um torneio de
mata-mata é favorável. Porém, no Brasileiro, torneio longo, o time não rendia o
esperado justamente por não ter essa velocidade na hora de roubar a bola e sair
para o ataque.
- Marcos
Assunção começou a ser a principal arma do time em bolas paradas. É uma
qualidade da equipe. Entretanto, quando bem marcado, a equipe alviverde não
tinha saída e outras soluções para municiar o atacante Kleber.
- Felipão
resolve adotar o 4-2-3-1. O esquema da moda. Para que o esquema surta efeito, é
preciso ter verdadeiros pontas, ou como Winger (como são chamados na Europa). O
futebol brasileiro não possui essa característica de “fabricar” jogadores
assim.
- Não
possuindo verdadeiros pontas, o Palmeiras povoava seu meio campo e o time não
possuía jogadas de ultrapassagem com os laterais. Lá se vai outra alternativa.
- No 4-2-3-1
é preciso ter um meia que organize e dê padrão aos seus pontas e ao atacante lá
na frente. Com as constantes lesões do Valdívia, vários jogadores tentaram
fazer a função. Sem sucesso.
- Com o
esquema sem eficácia a defesa estava sempre em apuros. Prova disso foi que o
Felipão colocou o zagueiro Henrique no meio de campo para dar justamente essa
consistência para a zaga. No mata-mata deu certo. Mas em torneio longo o buraco
é mais embaixo.
- O desgaste
entre Felipão e alguns jogadores e a intromissão da diretoria fizeram com que a
equipe perdesse a confiança e vivesse sempre em pressão. Até quando vencia.
- A principal
arma continuava a ser Marcos Assunção e a bola parada. De 98 a 2000 Felipão
tinha em Arce esse cara que fazia a mesma coisa. Porém, possuía outras
alternativas de jogo. Sem tais alternativas e com apenas Henrique dando
combate, Marcos Assunção foi caindo de rendimento mediante o esforço na marcação
e a fraca compactação dos homens de frente.
- Os “falsos”
pontas não tinham a noção de quando e como atacar e de quando e como compactar
na formação defensiva.
Bem, esses
foram alguns dos problemas que o Palmeiras teve com o Felipão. Vale ressaltar
que ele utilizou outros esquemas...de forma esporádica. Os citados acima foram
os mais utilizados.
GILSON KLEINA
Ainda não dá
pra avaliar com firmeza mediante apenas três (3) jogos no comando da equipe.
Mas vamos lá:
- Gilson saiu
do 4-2-3-1 e adotou o 4-4-2 em losango. Ou, o 4-3-1-2.
- Esse
esquema faz com que o Henrique entre na zona correta de marcação e faça um
papel quase que de terceiro zagueiro. Sendo assim, os laterais possuem mais
liberdade para atacar e o Marcos Assunção não fica tão sobrecarregado para
marcar, fazendo com que o mesmo auxilie mais o ataque.
- O lateral
Juninho retomou a confiança. Isso é perceptível nos jogos.
- Mesmo que
ainda de forma tímida, o time começa a adiantar a marcação e faz a pressão lá
no campo de ataque. Roubando a bola, as chances de gols são mais claras. Vide o
gol de Barcos contra a Ponte, com roubada do M. Leite e o gol de ontem contra o
Milionários.
- Valdívia,
que antes ficava a mercê do “isolamento” no meio, passa a cair pelos lados e a
buscar mais as bolas. Com essa desenvoltura, o atacante M. Leite pode sair mais
da área e fazer tabelas com o Chileno.
- Outra
grande valia é fazer com que Marcos Assunção tenha mais espaço pra chegar ao
ataque, com seus violentos e precisos chutes. Porém, sempre com outro volante
dando cobertura ao M.A.
- O atacante
Barcos já não fica mais tão sozinho como antes. Além dos laterais que estão se
apresentando para a bola cruzada, o camisa 9 também tem em M. Leite seu
parceiro para as infiltrações e tabelas.
(Foto: UOL)
(Foto: UOL)

Essas são
algumas das mudanças que ficaram mais nítidas pelo lado alviverde. Se vai dar
certo? Por quanto tempo? Não sabemos. Mas as alternativas para eventuais
situações de jogo foram modificadas e melhoradas por Gilson Kleina. É esperar
pra ver se a sequência vai ser favorável. Mas é preciso muita paciência. O
esquema precisa encaixar com os jogos e não simplesmente em um passe de mágica
as coisas vão melhorar.
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