quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O (novo) Palmeiras



O torcedor Palmeirense que, em outrora estava preocupado, hoje mantém o fio de esperança na equipe que luta pra não cair para a segunda divisão do campeonato brasileiro. Mas o que mudou? Algo realmente mudou com a saída do Felipão e a chegada do Kleina?

Algumas situações táticas podem ser percebidas com maior clareza mediante a evolução da equipe nas últimas partidas. Irei mostrar algumas delas.

FELIPÃO

- Desde que chegou ao Palmeiras ele utilizou o esquema 4-5-1 em 2010 (na maioria dos jogos) e posteriormente, o esquema da moda: 4-2-3-1

- O 4-5-1, nem sempre, é um esquema totalmente defensivo. Mas o técnico precisa de peças que apresentem alternativas de jogo e um veloz contra-ataque. Coisa que o Palmeiras não tinha.

- No 4-5-1 de 2010 o Palmeiras chegou às semifinais da Sul-Americana. Para um torneio de mata-mata é favorável. Porém, no Brasileiro, torneio longo, o time não rendia o esperado justamente por não ter essa velocidade na hora de roubar a bola e sair para o ataque.

- Marcos Assunção começou a ser a principal arma do time em bolas paradas. É uma qualidade da equipe. Entretanto, quando bem marcado, a equipe alviverde não tinha saída e outras soluções para municiar o atacante Kleber.

- Felipão resolve adotar o 4-2-3-1. O esquema da moda. Para que o esquema surta efeito, é preciso ter verdadeiros pontas, ou como Winger (como são chamados na Europa). O futebol brasileiro não possui essa característica de “fabricar” jogadores assim.

- Não possuindo verdadeiros pontas, o Palmeiras povoava seu meio campo e o time não possuía jogadas de ultrapassagem com os laterais. Lá se vai outra alternativa.

- No 4-2-3-1 é preciso ter um meia que organize e dê padrão aos seus pontas e ao atacante lá na frente. Com as constantes lesões do Valdívia, vários jogadores tentaram fazer a função. Sem sucesso.

- Com o esquema sem eficácia a defesa estava sempre em apuros. Prova disso foi que o Felipão colocou o zagueiro Henrique no meio de campo para dar justamente essa consistência para a zaga. No mata-mata deu certo. Mas em torneio longo o buraco é mais embaixo.

- O desgaste entre Felipão e alguns jogadores e a intromissão da diretoria fizeram com que a equipe perdesse a confiança e vivesse sempre em pressão. Até quando vencia.

- A principal arma continuava a ser Marcos Assunção e a bola parada. De 98 a 2000 Felipão tinha em Arce esse cara que fazia a mesma coisa. Porém, possuía outras alternativas de jogo. Sem tais alternativas e com apenas Henrique dando combate, Marcos Assunção foi caindo de rendimento mediante o esforço na marcação e a fraca compactação dos homens de frente.

- Os “falsos” pontas não tinham a noção de quando e como atacar e de quando e como compactar na formação defensiva.

Bem, esses foram alguns dos problemas que o Palmeiras teve com o Felipão. Vale ressaltar que ele utilizou outros esquemas...de forma esporádica. Os citados acima foram os mais utilizados.

GILSON KLEINA

Ainda não dá pra avaliar com firmeza mediante apenas três (3) jogos no comando da equipe. Mas vamos lá:

- Gilson saiu do 4-2-3-1 e adotou o 4-4-2 em losango. Ou, o 4-3-1-2.

- Esse esquema faz com que o Henrique entre na zona correta de marcação e faça um papel quase que de terceiro zagueiro. Sendo assim, os laterais possuem mais liberdade para atacar e o Marcos Assunção não fica tão sobrecarregado para marcar, fazendo com que o mesmo auxilie mais o ataque.

- O lateral Juninho retomou a confiança. Isso é perceptível nos jogos.

- Mesmo que ainda de forma tímida, o time começa a adiantar a marcação e faz a pressão lá no campo de ataque. Roubando a bola, as chances de gols são mais claras. Vide o gol de Barcos contra a Ponte, com roubada do M. Leite e o gol de ontem contra o Milionários.

- Valdívia, que antes ficava a mercê do “isolamento” no meio, passa a cair pelos lados e a buscar mais as bolas. Com essa desenvoltura, o atacante M. Leite pode sair mais da área e fazer tabelas com o Chileno.

- Outra grande valia é fazer com que Marcos Assunção tenha mais espaço pra chegar ao ataque, com seus violentos e precisos chutes. Porém, sempre com outro volante dando cobertura ao M.A.

- O atacante Barcos já não fica mais tão sozinho como antes. Além dos laterais que estão se apresentando para a bola cruzada, o camisa 9 também tem em M. Leite seu parceiro para as infiltrações e tabelas. 

(Foto: UOL)

Essas são algumas das mudanças que ficaram mais nítidas pelo lado alviverde. Se vai dar certo? Por quanto tempo? Não sabemos. Mas as alternativas para eventuais situações de jogo foram modificadas e melhoradas por Gilson Kleina. É esperar pra ver se a sequência vai ser favorável. Mas é preciso muita paciência. O esquema precisa encaixar com os jogos e não simplesmente em um passe de mágica as coisas vão melhorar.

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