domingo, 15 de outubro de 2017

Federer "castiga" Nadal, e vence o Masters 1000 de Xangai




TEXTO DO JOSÉ NILTON DALCIM (BLOG TÊNIS BRASIL)

"Poucas vezes vi um primeiro game fazer tanta diferença num jogo de tênis. Parece que, ao lutar e perder seu serviço logo de cara nesta final de Xangai e com dois backhands magníficos do adversário, Rafael Nadal acordou os fantasmas que o atormentaram na Austrália, Indian Wells e Miami. O canhoto espanhol encheu então Roger Federer do elemento mais perigoso de seu tênis: a confiança.
É quase inacreditável que o suíço tenha jogado de forma tão agressiva, encurtado pontos, disparado forehands e backhands perigosamente próximos da linha e ainda assim tenha terminado o duelo contra o número 1 do mundo com apenas 11 erros não forçados, nove a menos que o sempre regular Nadal. Difícil ser mais perfeito do que isso dentro do estilo que adota.
E o que falar da produtividade de seu serviço? Um único 30-30 em toda a partida, sete dos nove games de saque com 40-0 ou 40-15, incluindo um ‘game real’ de quatro aces. Federer não baixou a intensidade um minuto sequer, manteve pressão absoluta, variou direções e efeitos. E, talvez ainda mais significativo, aproveitou a segunda bola para buscar winners no lado aberto, sem inventar moda. Rafa muitas vezes nem tentou se defender.
Mais veloz piso do circuito de quadras sintéticas, Xangai comprova que Federer continua soberbo nessas condições. O domínio e apuro técnico-tático lembrou muito aquela final de Cincinnnati em 2015 contra um Novak Djokovic na ponta dos cascos. E reafirma a importância de o suíço estar despreocupado com as costas para produzir um tênis altamente competitivo.
Na entrevista oficial, Nadal não quis falar sobre um possível problema no joelho. O espanhol não teve uma atuação tão ruim. Conseguiu segurar bem os games de serviço depois da quebra inicial, ainda que Federer devolvesse muitas vezes no seu pé. Ficou é verdade acuado no fundo de quadra, sem muita chance de tentar alternativas, tal a velocidade dos golpes do suíço. Em certo momento, a câmera o flagrou reclamar que estava ‘rápido demais’.
Rafa também deixou claro que as participações na Basileia e em Paris não estão garantidas, talvez como forma de se poupar para o grande sonho de vencer o Finals de Londres e cumprir a meta já declarada de terminar o ano como número 1.
A vantagem sobre Federer ainda está folgada e obrigará o suíço a fazer grandes campanhas para ao menos se aproximar e ameaçá-lo em Londres. Seria no entanto genial se 2017 terminasse com um duelo direto entre eles pela liderança do ranking".

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