sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Bate-bola com a Gabriela Ribeiro


O bate-bola de hoje é com a Gabriela Ribeiro: repórter de tv, colunista de esportes e apresentadora de rádio. Trabalha na RICTV Record, Jovem Pan Curitiba e no blog Entrando no Jogo. Não estou cometendo nenhum exagero ao dizer que a Gabriela será, muito em breve, a revelação do jornalismo esportivo. Leiam a primeira parte desse bate-bola super agradável. 


- Como e quando surgiu essa paixão por tantos esportes?

Desde pequena, sempre estive envolvida no meio esportivo. Meu pai era do interior e sempre gostou muito de futebol. Torcia para um time da capital (que depois viria a se tornar o meu também) e viajava para ver jogos da equipe. Minha primeira lembrança com relação à torcida está ligada ao meu falecido avô. No aniversário de 4 anos, ele me deu um uniforme completo (com direito a meião) do Palmeiras. Quando eu tinha 6 anos, comecei a jogar tênis. Uma lembrança forte que tenho é das Olimpíadas de Sydney, que acompanhei com vigor no auge dos meus 8 anos. No tênis, competi até os 13 e depois decidi seguir outros rumos. Nesse meio tempo, descobri minha paixão pelo futebol nas arquibancadas de Curitiba. Meu pai me levou ao estádio a primeira vez com 12 anos e eu saí do meu primeiro jogo acreditando que o goleiro da minha equipe era, de fato, o melhor do Brasil. Depois disso, nunca mais parei de acompanhar todas as modalidades possíveis.

- O jornalismo é um sonho de infância ou a ideia foi sendo maturada aos poucos?

Dos 9 aos 13 anos, participei do extinto projeto "Repórter-Mirim", promovido pelo maior jornal aqui do Paraná, a Gazeta do Povo. Desde aquela época, comecei a cogitar a possibilidade. No ensino médio, não sabia se seguiria mesmo o jornalismo, mas na hora de fazer o vestibular, não tive dúvidas.

- Com obras atrasadas, a Arena da Baixada pode ser "cortada" do Mundial. Quais as principais razões para o atraso nas obras? Indo além, dentro da esfera esportiva e social, quais os impactos que Curitiba pode vir a sofrer caso a FIFA opte pela negativa ao estádio?

As obras na Arena passaram por diversos percalços que os outros estádios não enfrentaram. Por ser gerida pela iniciativa privada, a liberação de recursos foi mais complexa que o normal. BNDES, potencial construtivo, acordos... Esses termos foram constantes na imprensa paranaense. Alguns nem sabem, mas teve até uma CPI para investigar supostas irregularidades nas licitações da obra. Ainda houve greve de funcionários, para completar o rolo todo. Para Curitiba, a exclusão da Copa seria lamentável. A Secretaria Municipal de Turismo têm feito um trabalho incrível para se preparar para receber os estrangeiros, mas vai além disso. Seria um prejuízo, de certa forma, moral e econômico, porque afetaria a geração de muitos empregos e deixaria uma péssima imagem de organização para o mundo todo. Ainda mais para uma cidade que ostenta a alcunha de "primeiro mundo" no Brasil...

- As mulheres conquistaram seu espaço no jornalismo esportivo. No entanto, algumas barreiras ainda não foram totalmente quebradas. Para a total inserção das mesmas, quais obstáculos ainda impedem o avanço de vocês?

 É claro que existe o preconceito, mas acho que falta o olhar mais profissional sob o trabalho da mulher. Aliás, as próprias mulheres precisam acreditar no trabalho delas como profissionais e não "baixar a guarda" quando não sabem algo sobre esporte. Por exemplo: tem mulher que trabalha no meio esportivo e ainda se gaba por "saber o que é impedimento" e mais duas ou três regras de um esporte aleatório. Se você é uma profissional, não faz mais do que a sua obrigação em saber isso e muito mais sobre qualquer esporte. Acho que é preciso mudar a mente em relação ao trabalho da mulher, não usar o corpo para se prevalecer num meio amplamente masculino e buscar boas referências.

- Como praticante (ex-jogadora) e telespectadora do tênis, você possui embasamento para relatar sobre o esporte. Analisando friamente, qual jogador (e jogadora) a Gabi citaria como próxima revelação do esporte? Discorra sobre a(s) qualidade(s) desse(s) atleta(s). 

Os analistas de tênis apostam muito no búlgaro Grigor Dimitrov. Embora ele esteja numa crescente física, ainda demonstra inconstância nos resultados e imaturidade em atitudes dentro de quadra. Jerzy Janowicz é outro nome forte para despontar no topo nos próximos anos. No feminino, Eugenie Bouchard chamou a atenção no Aberto da Austrália, mas Sloane Stephens tem tudo para chegar ao topo antes da canadense. Particularmente, acredito que, em breve, o tênis vai passar por um período de mudanças. Foram muitos anos de domínio de Roger Federer e Rafael Nadal, junto com Novak Djokovic na sequência, e agora parece que o esporte está abrindo caminho para outros atletas.

- Recentemente, você fez a cobertura dos X Games. Relate a emoção de cobrir um evento dessa magnitude.

A cobertura do X Games foi uma surpresa! Fui convidada pela RICTV (afiliada da Record no Paraná e em Santa Catarina) para cobrir o evento e nunca imaginei que fosse participar de um trabalho tão grande ainda na faculdade. Profissionalmente, foi um dos meus melhores momentos. Entrevistei grandes nomes dos esportes radicais, como Bob Burnquist e Ryan Sheckler, além de curtir quatro dias de intensa competição e muito trabalho. Guardo a credencial com muito carinho na minha coleção!


Gabriela ao lado de Bob Burnquist
- Repórter, colunista de esportes e apresentadora de rádio. Quais as principais metas de carreira da Gabriela Ribeiro?

Tenho muita vontade de trabalhar com o esporte em si, com a parte de gestão esportiva. Sempre me interessei pela área e não negaria trabalhar em alguma agremiação ou liga de esportes, na parte administrativa ou de planejamento. Se for para continuar no jornalismo, gostaria de viver umas aventuras como correspondente internacional. Não custa sonhar, né? Mas minha primeira meta é terminar a faculdade agora em 2014 para depois pensar em tudo isso! Só Deus sabe o que o futuro reserva!

- O "Entrando no jogo" aborda assuntos de vários esportes e engendra vários debates que circundam nosso cotidiano. Fale mais sobre o blog, as metas e o direcionamento dele para a sociedade. 

Criei o blog em 2010, antes de entrar na faculdade, e só tive oportunidades por causa dele. No mesmo mês que criei o blog, fui convidada para ser colunista do jornal de maior circulação aqui no Paraná. Algum tempo depois, no meu primeiro ano de Jornalismo, fui chamada para trabalhar na TV. Em seguida, no rádio. E as coisas foram acontecendo. Por isso, sempre digo: devo tudo ao meu filhote, o Entrando no Jogo. A ideia dele é mostrar que qualquer um pode entrar no jogo, seja mulher, seja homem, criança, jovem ou idoso. Não é apenas uma réplica de notícias esportivas, mas um compilado de temas que podem ser relevantes para o contexto esportivo. O blog deve mostrar uma opinião além do convencional e incentivar o pensamento crítico nos leitores.

Quer saber mais sobre a Gabriela e o blog? Acessem http://entrandonojogo.com.br/

- Ano de Copa...pitacos são sempre bem vindos. Quais seleções você colocaria como favoritas ao título? Por quê?

Brasil, por todo o contexto "obrigatório", a Alemanha, pela maturidade que atingiu desde a última Copa e a Argentina, porque los hermanos vêm com um time forte para mostrar serviço em terras verde-amarelas. 

- Gabi, não escondo que sou fã do seu trabalho e é uma honra poder te entrevistar. Deixe um recado, citando as dificuldades e as boas qualidades, para a meninas que almejam seguir carreira no jornalismo esportivo. 

Obrigada pelo convite e conte sempre com minha audiência também! Seja mulher ou homem que quer seguir carreira no jornalismo esportivo, eu sempre digo: é preciso sonhar alto. Tem gente que chega lá. Por que não podemos ser nós? Beijão a todos!

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