O Espanhol
Rafael Nadal já é considerado um dos maiores tenistas de todos os tempos. Seu
jeito brincalhão e descontraído fora das quadras em nada lembra o “touro”,
guerreiro e sisudo tenista dentro de ‘la cancha’.
Desde pequeno
o espanhol já dava sinais de que estaria dentro do mundo esportivo. “Rafa” é
sobrinho do ex-jogador do Barcelona e seleção espanhola, Miguel Àngel Nadal.
Seu talento cognoscível é difundido e admirado por muitos fãs e amantes do
tênis.
Dentro de
quadra sempre foi um ‘leão’ em busca de “eliminar” a vitima e tomar conta do
‘pedaço’. Seu estilo de jogo aguerrido e raçudo chamam a atenção de qualquer
ser humano que não consiga entender de onde vem tanta energia.
Os problemas
nos joelhos são reminiscentes. Por estar sempre usando a força física para
encaixar o seu estilo de jogo em quadra, Nadal passou/passa por sérios
problemas. No entanto, não foi empecilho para as grandes conquistas.
O texto irá
apresentar, em ordem, os 11 títulos de grand slam que o credenciaram como um
dos grandes do esporte. Então vamos aos “atos” e, sendo assim, esmiuçar os
feitos alcançados, de forma sublime, por este tenista que ama futebol e, que
apesar de jogar tênis com a esquerda, é destro.
1 – Roland Garros 2005
O tenista já
vinha sendo considerado como a maior promessa do tênis espanhol. A esperança
foi corroborada após o título da copa Davis em 2004. Mesmo sendo reserva.
Era a sua
estreia no torneio e já estava entrando como cabeça de chave 4.‘Rafa’ já vinha
com conquistas fortes e marcantes que o deixava como um dos favoritos ao título de RG.
Tudo parecia
tão natural e normal que ele foi passando com propriedade pelos adversários.
Burgsmuller, Malisse e Gasquet nem fizeram cócegas em Nadal. Só na quarta
rodada foi que o francês Sébastien Grosjean tirou um set do espanhol. Nada que
assustasse.
Nas quartas
ele eliminou o compatriota David Ferrer por fáceis 3x0. A semifinal foi contra
o cara que viria a ser o seu maior rival. Roger Federer, atual número 1 do
mundo vinha como favorito, mas já havia perdido para Nadal, no saibro, meses
antes. Com as típicas bolas altas e um preparo físico invejável, venceu por 3x1
e bateu no peito após a vitória. Em seu aniversário, o presente foi a vaga para
a final.
A final foi
contra o argentino Mariano Puerta. Um bom jogador, mas que não tinha o
emocional controlado para uma final. Mariano venceu o primeiro set e depois não
viu mais a cor da bola. Primeiro título de Slam em sua estreia no torneio. Com
apenas 19 anos Nadal já assombrava o mundo pela intensidade de jogo.
2 – Roland Garros 2006
Chegava para
buscar o bi como número 2 do mundo. Incrível a rápida ascensão do espanhol. Seu
estilo de jogo com bastante top spin e forte presença no fundo de quadra
incomodava os adversários. Nadal estava cada vez mais forte fisicamente.
Nas primeiras
rodadas ele eliminou, sem dificuldade, Soderling e King. Na terceira rodada
Mathieu chegou a roubar um set. Hewitt passou pela mesma situação e depois foi
destruído pelo “touro miura”.
Nas quartas o
confronto foi contra o promissor tenista sérvio, Novak Djokovic. Após estar
perdendo por 2 sets a 0, “Nole” abandonou a partida por problemas físicos.
Já nas semi,
diante do croata e cabeça de chave 4, Ivan Ljubicic, a partida que tinha tudo
para ser quente e empolgante, não passou de um mero treino de luxo. Implacáveis
3 a 0 e vaga para a final.
Mais uma vez
Roger Federer estava em seu caminho. A rivalidade ficou ainda maior em apenas um ano.
Só que ‘rafa’ estava voando no saibro e canalizava os seus potentes golpes de
forma avassaladora.
Federer fez
6/1 no primeiro set. No entanto, o nível e a concentração de Nadal era de
outro mundo. Venceu os 3 sets seguintes e faturou o bi-campeonato. Também bateu
o recorde de vitórias seguidas no saibro que pertencia a Guillermo Vilas. Todos
começaram a se perguntar: até onde ele vai?
3 – Roland Garros 2007
Já como o
“cara” a ser batido, e mais uma vez como cabeça de chave número 2, Nadal iria
atrás de mais recordes.
As quatro
primeiras rodadas foram vencidas com extensa facilidade. Del Potro, Cipolla,
Montañés e Hewitt nem viram a cor da bola. Nenhum set perdido.
Nas fases
mais agudas as complicações começam a surgir. Certo? Não! Nas quartas de final
o compatriota Carlos Moyà tomou sonoros 3x0 e nem anotou a placa. Nas
semifinais lá estava Djokovic, agora número 6 do mundo. Dificuldades? Nenhuma.
Três sets a zero e final garantida.
Ao enfrentar
(novamente) Roger Federer a rivalidade entre eles atingiu o seu ápice. O Suiço
tentou afastar o seu rival o máximo possível do fundo de quadra. Chegou a
conseguir algumas vezes. Mas isso não impediu o tri-campeonato (seguido) do
espanhol. Só Nadal e Borg alcançaram tal feito. Três sets a um para o espanhol. Já era chamado
de o “rei do saibro”.
4 – Roland Garros 2008
Em 2008 Nadal
já era temido até mesmo nas entrevistas. Cada vez mais confiante, o saibro
havia se transformado em pedaço do seu corpo.
O número 2 do
mundo chegou a Roland Garros tendo batido antes dois recordes: igualou Pete
Sampras em número de Masters series (total de 11) e venceu o "Grand Slam do
Saibro". Que é o somatório de conquistas em Monte Carlo, Roma, Hamburgo e Roland
Garros. O último a alcançar esta façanha foi o brasileiro Gustavo Kuerten.
O torneio
francês de 2008 viu, com o perdão da palavra, um “estupro”. Nadal não perdeu
sequer um set durante todo o torneio. Venceu Bellucci, Devilder, Nieminem,
Verdasco, Almagro e Roger Federer como se fosse algo simples e sem dificuldade
alguma. A diferença era abissal. Imbatível?
Nadal chegou
ao tetra-campeonato seguido. Feito que só Björn Borg havia conseguido entre
1978 a 1981.
5 – Wimbledon 2008
Já consagrado
no saibro, o próximo desafio seria vencer em outro piso. O espanhol chegou
perto disso em 2006 e 2007. Porém, diferentemente de Roland Garros, perdeu as duas
finais para Roger Federer.
Antes de
jogar Wimbledon, o espanhol venceu o torneio de Queen’s ao bater o sérvio Novak
Djokovic por 2 seta a 0. Primeiro espanhol a conseguir esta proeza após 36
anos.
Atropelou
Beck na estreia. Na segunda rodada fez 3x1 em um jogo bastante oscilante contra
Gulbis. Passou por Kiefer e Youzhny com facilidade e dava ainda mais pistas de
que estava forte o suficiente para vencer na terra sagrada inglesa.
Nas quartas
de final ‘rafa’ teve de enfrentar o britânico Andy Murray e a torcida
totalmente ensandecida em favor do britânico. Pressão? Sim! Sustos? Nenhum.
Venceu com auroridade por 3 sets a 0.
Nas
semifinais ele teria o alemão Rainer Schüttler pela frente. Cada vez mais
adaptado ao piso, foi o número 2 do mundo quem emplacou vários aces e venceu
por 3 sets a 0. A melhora em seu saque foi o fundamento trabalhado a exaustão.
Na final lá
estava o “rei da grama” Roger Federer em seu caminho. Nadal não queria cometer
os pecados e anseios dos dois últimos anos. Foi uma verdadeira batalha sem fim.
O espanhol abriu 2x0, mas não contou com a garra fora do comum que vinha do
suíço. O quinto e decisivo set foi decidido nos detalhes. Tudo escuro pelos
lados de Londres. Foi quando o ‘touro miura’ fez 9x7 e venceu.
Pela primeira
vez ele vencia um grand slam em outro piso que não fosse o saibro. Desde Borg
que um tenista não vencia Roland Garros e Wimbledon no mesmo ano. Em Agosto de
2008 ‘rafa’ assume a liderança do ranking da ATP.
6 – Australia Open 2009
Cada vez mais
forte mentalmente e fisicamente, Nadal sabia que para entrar na seleta galeria
dos grandes campeões seria necessário vencer em todos os pisos. No Austrália
open não seria diferente. Seu melhor resultado havia sido em 2008 quando chegou
às semifinais e caiu diante do francês Tsonga.
O piso duro
te obriga a jogar mais com o físico. Principalmente por ser início de
temporada. Porém, ele aprendeu que além do corpo, é preciso analisar os
adversários de forma tática para ser campeão em Melbourne.
Venceu
Rochus, Karasunic, F. González e G. Simon sem perder nenhum set. Seu jogo encontrava-se agressivo e inteligente taticamente. Ideia difundida em
sua mente.
Nas
semifinais um velho conhecido: seu compatriota Fernando Verdasco que havia
derrotado Murray e Tsonga. Uma autêntica e verdadeira batalha que foi vencida
por Nadal. Foi um daqueles jogos sensacionais, com grande técnica e que se
guarda em DVD para assistir sempre que puder. Três sets a 2.
Na final?
Ele! Sempre ele. Roger Federer! Nadal já havia superado a barreira de vencer o
suíço em um piso que não fosse o saibro. Lances incríveis e até mesmo
inacreditáveis. Chego a dizer que Federer jogou melhor. Mas, diante das
recentes derrotas, a força mental favoreceu o espanhol. Partida encerrada. Três
sets a 2 e Nadal vencia em Melbourne pela primeira vez.
Durante a
premiação Federer chorou e pediu desculpas aos fãs. Nadal o abraçou e disse
algumas palavras para animar o rival e colega.
7 – Roland Garros 2010
Ainda estava
doendo a derrota para o Sueco Robin Soderling em 2009. De forma meticulosa e
voltando de lesões que o incomodaram no ano anterior, ‘rafa’ só pensava em
voltar a vencer na frança.
O espanhol
perdeu o posto de número 1 do mundo para Roger Federer e estava disposto a
recuperá-lo. Lembra do “estupro” em 2008? Dessa vez não foi com a mesma
intensidade de dois anos atrás. Em contrapartida as lesões insalubres não mais
assustavam e o ritmo colossal foi retomado mais uma vez.
Sem tomar
conhecimento de quem estava do outro lado da rede ele foi eliminando um a um
sem quaisquer chances. Mina, Zeballos, Hewitt, Bellucci, Almagro e Melzer pouco
puderam fazer diante do tetra-campeão do torneio.
A final
contra Soderling foi também uma revanche pela derrota em 2009. Mesmos erros?
Anseios? Que nada! Um passeio. Bolas altas e longas para que o grandalhão não
pudesse soltar o braço como fez no ano anterior. Três sets a 0. É penta!
OBS: o texto prossegue no próximo post.
OBS: o texto prossegue no próximo post.
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