sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Paolo Maldini: a 'BANDEIRA' do Milan



Qual o melhor zagueiro que você já viu atuando? Pode ser até mesmo do atual momento. Talvez, aquele que seu avô contou histórias incríveis. Quem sabe, um dos melhores, sem necessariamente ser o melhor. Com certeza teríamos uma celeuma muito forte dentro da questão abordada.

Certa vez um ‘tal’ professor usou o termo “zagueiro-zagueiro”. O que viria a ser isso? A imagem que temos dos imponentes defensores é a de bravura, raça, rispidez, jogo sujo e até mesmo “canalhice”. Será mesmo? É claro que a grande fatia do bolo está autenticada com estes estereótipos, mas existem as exceções. São estas magníficas exceções que nos dão a bem condicionada ideia de não olharmos apenas para os homens de frente do futebol. Lá atrás, canto de grandes lendas também existe a glória e a técnica de jogadores que foram suntuosos em suas carreiras.

Respondendo a minha pergunta, sem pestanejar, eu vos digo: Paolo Maldini. Muitos podem reverberar a sua opinião dizendo que ele foi lateral esquerdo. Eu diria que ele, TAMBÉM, foi lateral esquerdo. Maldini aprendeu em casa. Seu pai, Cesare Maldini, foi outro grande jogador. Mas voltemos ao homenageado da vez.

Se você não o viu atuando, eu só posso dizer que sinto muito. Sinto por você não o ter visto desfilar categoria, por não ter apreciado seu futebol e mais, por chamar de GRANDE zagueiro qualquer “Zé” que você veja atuando hoje de forma mediana. Paolo não era mais um “Zé” facilmente driblado e que não tinha recursos para desarmar os grandes atacantes aos quais enfrentou. Não! Maldini era imponente e sempre transpareceu maturidade e segurança. Não à toa fez a sua estreia com apenas 16 anos de idade.

Não tenha nenhuma dúvida de que ele aprendeu muito com o seu companheiro de time e seleção, Fraco Baresi. Outro excepcional zagueiro/líbero. Maldini desfilava técnica e elegância em campo. Ele sujava o uniforme como um lorde e protetor da sua área. Como assim? Alguns zagueiros dão carrinho, se jogam em bolas já perdidas e jogam para a galera. Maldini fez tudo isso com extrema precisão e posicionamento impecável.

Ainda jovem, disputou a sua primeira copa do Mundo. A Copa de 1990, realizada na Itália, seria a grande chance para o jovem jogador. O time foi barrado no baile pela argentina de um ‘tal’ de Maradona...pela fatídica cabeçada de Caniggia e por Goycochea, o impressionante goleiro pegador de pênaltis.


Maldini seguiu bem. Fez parte do vitorioso time do Milan que saiu ganhando tudo o que encontrava pelo caminho. Fez parte da equipe que derrubou o poderoso Barcelona do técnico Cruyff na final da Champions League de 1994. Sonoros 4x0 e o time culé sucumbiu em Atenas.

Alguns zagueiros usam os longos caminhos para desarmar os atacantes. Maldini, inteligente que era, enxergava atalhos. Estava sempre um passo a frente, um pensamento acima dos demais. Jamais foi pluralista. Jogava para o seu clube e ganhou a admiração e o respeito da sua torcida. Em pouco tempo era líder, capitão e o 'cara' que passou a ser exemplo pelos lados vermelho e preto de Milão.

Na copa de 1994 se fez famigerado. Ao lado de Baresi ajudou a Itália durante o torneio. No entanto, lá estava o Brasil na final. Maldini já havia travado duelo com Romário na final da Champions League. E lá estava o 'baixinho' novamente em seu caminho. Mas dessa vez foi diferente. Os pênaltis e Taffarel lhe tiraram a chance de erguer uma copa do mundo. Até você, Baggio?

A carreira ainda estava apenas em sua metade. Maldini aprendeu a erguer troféus de forma frequente...como quem troca de roupa. Em 1995 foi eleito o 2º melhor jogador do mundo. Ficando apenas atrás do seu companheiro de clube, George Weah. A lenda viva começava a ser o espelho de novos zagueiros que estavam surgindo. Olhar Paolo jogando era ter a clara sensação de que desarmar os atacantes não parecia ser tão difícil. Pode parar, nobre sonhador. Isto só acontece para os privilegiados. Só é possível para jogadores como Maldini, que parecia não fazer força na hora do embate.

Durante a copa de 1998 eu tinha a certeza de que a Itália alcançaria voos altos. A Itália teve como técnico Cesare Maldini, pai de Paolo.Em plena forma e com uma boa geração, a Itália...bem, foi parada pela França nas quartas de final. Mais uma vez os pênaltis no caminho de Maldini e da azzurra. Dava a sensação de que os canalhas e os sofistas o futebol não queriam ver Paolo erguendo o mais valioso “caneco” de seleções. 

Maldini sempre impressionou pelo vigor fisico. Caneludo? Grosso? Chega a ser uma empáfia de quem ousar falar isso. Jogador que atuava de cabeça erguida e marcava de forma agressiva, mas jamais desleal. O seu afinco para com o seu time era de tirar o chapéu. Poucos zagueiros/laterais possuem a “sorte” da ambidestria. Maldini a tinha e a utilizava para fazer belos lançamentos e apurar, ainda mais, a sua técnica.

Enquanto que no Milan ele não parava de ser campeão, na seleção italiana o gosto de ganhar uma eurocopa se esvaia. Copa do Mundo? Os pênaltis não o deixava soltar o grito preso na garganta. Durante o Mundial de 2002 a Itália novamente tinha um bom time. Nas Oitavas-de-Final enfrentou a anfitriã Coréia do Sul. Em um dos jogos mais polêmicos na história das copas, a Itália não perdeu nos pênaltis. No entanto, o gol de Ahn Jung-Hwan, na prorrogação, deu a sensação de injustiça por parte dos italianos. Cansado dessa tórrida epopéia, Paolo decidiu se aposentar da seleção. 

Se na seleção as coisas não deram certo, no Milan tudo era grandioso. A Champions League de 2003 foi a prova de que os pênaltis não jogavam sempre contra Paolo. O Milan venceu a Juventus e ergueu a “orelhuda” (apelido da taça). 

Maldini ainda desfilava classe e elegância. Preservado aqui e um pouco acolá, o craque conseguia ludibriar os atacantes apenas com a classe e a técnica. Alguns lorpas do futebol vão dizer que ele não era tudo isso. Bobagem! São apenas lorpas, ou seja, invejosos que jamais souberam o verdadeiro significado de ser dedicado, líder, honesto e, consequentemente, vitorioso.


Ainda em boa forma, Paolo foi convidado a voltar para a seleção. Decidiu não aceitar o convite. Curiosamente, em 2006 a Itália venceu a copa do mundo. NOS PÊNALTIS! Ele não venceu uma copa do mundo? Azar o dela. O mundo do futebol lembrará do que ele foi como jogador, líder e pessoa.

A conotação dada ao brilhante jogador não é em vão. Jogava como poucos zagueiros e atuou de forma magistral como poucos laterais fizeram e ainda fazem. Ei, vocês. Sim, vocês. Que ficam chamando qualquer meia boca de grande zagueiro por fazer uma boa temporada, faça o seguinte: veja se esse ‘tal’ consegue ser bom durante 25 anos. O mau momento passou pela carreira de Maldini. Mas a sua regularidade estava acima de qualquer jogo meia boca que o supracitado fizera tempos atrás.
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Foram 25 anos de carreira pelo mesmo Clube. No Milan ele conseguiu vencer 7 vezes o campeonato italiano e 5 vezes a champiosn league. Existem clubes que sequer possuem 5 champions. 
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Foi eleito como o melhor defesa central de todos os tempos. Por onde andam os lorpas que exaltam alguns zagueiros enganadores nesta hora? A diferença entre Maldini e alguns ‘modinhas’ de hoje é um báratro que não cabe em palavras. Paolo Maldini pode não ser unanimidade. Mas é referendado pelas maiores lendas do futebol. 

É idolatrado pela torcida do Milan e sempre aparece nos jogos do clube desde que se aposentou em 2009. Foram mais de 1000 jogos na carreira. Para poucos.
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Ser zagueiro é fácil. Mas ser Paolo Maldini? Só uma vez mesmo. 

“Ciao, Capitano!”


Disputou 126 partidas pela seleção italiana, de 1988 a 2002. Marcou 7 gols.
Somou mais de 1000 partidas juntando seus jogos pelo Milan e Itália.
Disputou 902 partidas pelo Milan, recorde até hoje. Marcou 33 gols pelo clube.
É o autor do gol mais rápido da história das finais da Liga dos Campeões da UEFA, com menos de um minuto de jogo, em 2005.
Venceu 26 títulos com o Milan.


A fonte das fotos e dos números de sua carreira são do site: http://imortaisdofutebol.com/2012/03/17/craque-imortal-maldini/

 


Um comentário:

  1. Parabéns, garoto! O texto ficou realmente muito bom, certamente à altura do grande zagueiro que foi Paolo Maldini. Você consegui juntar uma boa gama de informações de uma maneira interessante, principalmente pela forma como foi construindo sua narração. Tem emoção nas suas palavras, e neste caso, isto é muito bom.

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