sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Força MENTAL



O britânico Andy Murray venceu o suíço Roger Federer e está na final do aberto da Austrália. O número 3 do mundo venceu por 3 sets a 2, em quatro horas de partida. Está será a terceira final de Murray nos últimos quatro anos em Melbourne.

Conhecido desde cedo pelo talento, e sendo apontado como um dos possíveis candidatos ao posto de número 1, Andy passou muito tempo sendo rotulado  como amarelão. Sempre chegando como um dos favoritos e sucumbindo nas fases agudas dos torneios Grand Slams.

Tudo levava a crer que a pressão e a ansiedade tomavam conta dele e o talento simplesmente sumia na hora das grandes decisões. A força mental na hora de definir lhe causava efeito colateral. Mas isso mudou.

Após perder a final de Wimbledon (2012) para Roger Federer, em casa, ele não aguentou e chorou ainda em quadra, na entrega da premiação. Parecia saber que ainda lhe faltava algo a mais para se tornar reconhecido. Menos de um mês depois e lá estava ele disputando a final dos jogos olímpicos contra Federer – em casa novamente. O antigo Murray não existia mais. Confiante, sereno e indo para cima, ele atropelou Federer por 3 sets a 0.

Mesmo assim ainda lhe faltava um grand slam. Não tardou e já no US Open o britânico venceu Novak Djokovic e ergueu seu primeiro troféu de um grande torneio. Amarelão? Não mais. Murray, que sempre teve talento, agora contava com a confiança e a força mental que antes não lhe permitiram vencer partidas decisivas.

A prova disso aconteceu na manhã desta sexta-feira, em Melbourne. Murray x Federer novamente. O retrospecto estava em 10 a 9 para o britânico. Só quem nenhuma das dez vitórias havia sido conquistada em grand slams.

A partida foi pegada do início ao fim. A “vantagem do britânico” estava nas poucas horas que passou em quadra durante todo o torneio. Já Federer vinha de uma maratona contra Tsonga. Desvantagem para o Suiço? Quem o conhece, sabe que não.

As parciais de 6/4, 6/7 (5), 6/3, 6/7 (2) e 6/2 demonstram que a rivalidade entre os dois está cada dia mais acentuada e o nível de exigência/concentração precisa ser elevado ao máximo.
Murray fez a bola correr com bastante velocidade e jogou muito bem com o seu primeiro saque. Já Federer, elegante como sempre, tentou diminuir este ritmo com slices para que seu adversário encurtasse as bolas em sua quadra. Até o 4º set os pontos decisivos foram definidos por erros não forçados de ambas as partes.

O que levou Murray a vitória no 5º e decisivo set foi justamente a força mental que antes ele não tinha contra o suiço em jogos de GS. Sua confiança estava no alto e seu físico em dia. Federer não resistiu ao ter seu saque quebrado logo no início. Murray o empurrava cada vez mais para trás da linha de saque e o fez forçar muitas bolas.

Sabedoria para o antigo amarelão? O tenista britânico mostra que entrou definitivamente no grupo dos favoritos a todo e qualquer Grand Slam. Venceu e irá enfrentar Djokovic na grande final. O sérvio leva vantagem no retrospecto: 10 a 7. Porém, ele que abra o olho. O velho “Murray” deu lugar a um cara com a mente fria e cautelosa.

O tênis agradece.

(O Jogo)

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