O britânico Andy
Murray venceu o suíço Roger Federer e está na final do aberto da Austrália. O
número 3 do mundo venceu por 3 sets a 2, em quatro horas de partida. Está será
a terceira final de Murray nos últimos quatro anos em Melbourne.
Conhecido
desde cedo pelo talento, e sendo apontado como um dos possíveis candidatos ao
posto de número 1, Andy passou muito tempo sendo rotulado como amarelão. Sempre chegando como um dos favoritos
e sucumbindo nas fases agudas dos torneios Grand Slams.
Tudo levava a
crer que a pressão e a ansiedade tomavam conta dele e o talento simplesmente
sumia na hora das grandes decisões. A força mental na hora de definir lhe causava
efeito colateral. Mas isso mudou.
Após perder a
final de Wimbledon (2012) para Roger Federer, em casa, ele não aguentou e
chorou ainda em quadra, na entrega da premiação. Parecia saber que ainda lhe
faltava algo a mais para se tornar reconhecido. Menos de um mês depois e lá
estava ele disputando a final dos jogos olímpicos contra Federer – em casa
novamente. O antigo Murray não existia mais. Confiante, sereno e indo para
cima, ele atropelou Federer por 3 sets a 0.
Mesmo assim
ainda lhe faltava um grand slam. Não tardou e já no US Open o britânico venceu
Novak Djokovic e ergueu seu primeiro troféu de um grande torneio. Amarelão? Não mais.
Murray, que sempre teve talento, agora contava com a confiança e a força mental
que antes não lhe permitiram vencer partidas decisivas.
A prova disso
aconteceu na manhã desta sexta-feira, em Melbourne. Murray x Federer novamente.
O retrospecto estava em 10 a 9 para o britânico. Só quem nenhuma das dez
vitórias havia sido conquistada em grand slams.
A partida foi
pegada do início ao fim. A “vantagem do britânico” estava nas poucas horas que
passou em quadra durante todo o torneio. Já Federer vinha de uma maratona
contra Tsonga. Desvantagem para o Suiço? Quem o conhece, sabe que não.
As parciais
de 6/4, 6/7 (5), 6/3, 6/7 (2) e 6/2 demonstram que a rivalidade entre os dois
está cada dia mais acentuada e o nível de exigência/concentração precisa ser
elevado ao máximo.
Murray fez a
bola correr com bastante velocidade e jogou muito bem com o seu primeiro saque. Já Federer,
elegante como sempre, tentou diminuir este ritmo com slices para que seu
adversário encurtasse as bolas em sua quadra. Até o 4º set os pontos decisivos
foram definidos por erros não forçados de ambas as partes.
O que levou
Murray a vitória no 5º e decisivo set foi justamente a força mental que antes
ele não tinha contra o suiço em jogos de GS. Sua confiança estava no alto e seu físico em dia. Federer não
resistiu ao ter seu saque quebrado logo no início. Murray o empurrava cada vez
mais para trás da linha de saque e o fez forçar muitas bolas.
Sabedoria
para o antigo amarelão? O tenista britânico mostra que entrou definitivamente
no grupo dos favoritos a todo e qualquer Grand Slam. Venceu e irá enfrentar
Djokovic na grande final. O sérvio leva vantagem no retrospecto: 10 a 7. Porém,
ele que abra o olho. O velho “Murray” deu lugar a um cara com a mente fria e
cautelosa.
O tênis
agradece.
(O Jogo)
Um grande tenista
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