domingo, 7 de julho de 2013

Murray vence Djokovic e quebra tabu em Wimbledon


tênis andy murray wimbledon (Foto: Agência Reuters)
 (Foto: Reuters)

 A espera teve fim. Após longos 77 anos, um britânico voltou a vencer Wimbledon. Após sucessivas derrotas bastante dolorosas, Andy Murray sagrou-se campeão no All England Club. O escocês venceu o sérvio Novak Djokovic por 3 sets a 0 e, dessa maneira, faturou seu 2º título de Grand Slam. Em 2012 Murray já havia sido campeão do US Open, quando também venceu o sérvio na final.

Para quem acompanha de perto, foi emocionante. Não havia como não sentir "pena" do Murray ao longo de todos esses anos. Derrotas para Djokovic no Australia Open (3x); para Federer no US Open, Australia Open e, principalmente, em Wimbledon (2012). O peso que ele tirou das costas é incomensurável. Sempre batendo na trave, chegando nas fases agudas e sofrendo derrotas complicadas nos últimos 5 anos. Ano passado, ao perder a final, não se conteve e caiu no choro, sensibilizando a todos que estavam na plateia.

2013

Ao ter a sua chave "facilitada" com as derrotas de Federer e Nadal, ainda nas fases iniciais, a responsabilidade aumentou ainda mais. Para mim, a vitória marcante aconteceu nas quartas de final, contra o espanhol Fernando Verdasco. Após estar perdendo por 2 sets a zero, e ser conhecido como um tenista emocionalmente instável, Andy colocou a cabeça no lugar, jogou de forma perfeita no fundo de quadra, chamou o espanhol a rede e venceu a partida, de virada, por 3 sets a 2.

Moleza a seguir? Que nada! Teve que enfrentar o garoto revelação da Polônia: Jerzy Janowicz. Perdeu o primeiro set, após sucessivos erros ao tentar subir até a rede. Voltou mais focado, trocando bolas e aplicando "passadas" sensacionais. No 3º set, após estar perdendo por 4/1, respirou fundo, fez a leitura perfeita da partida e só passou a responsabilidade para o jovem que estava do outro lado. Fez 3 sets a 1 e garantiu vaga na final.

Amarelão? Bipolar? Vai sentir a pressão? Que nada! Murray acabou com esse estigma ao vencer os jogos olímpicos (em londres) e o US Open (2012). Só que do outro lado estava Djokovic. O sérvio, número 1 do mundo, veio de uma batalha de 5 sets contra o argentino Juan Martin Del Potro, mas pareceu bem no aspecto fisico.

O jogo entre eles encaixa muito bem. Controle nos rallys, paciência para esperar o momento certo da definição e ótimo desempenho no fundo de quadra. O que fazer para superar o sérvio? Murray colocou o oponente para bailar de um lado para o outro e, por vezes, o chamou até a rede. Mesmo com o nervosismo que foi perceptível para ambos os lados, o britânico não se acovardou. Enquanto ele aplicava winners (bolas vencedoras), Nole dava margem para muitos erros não reforçados. Um báratro foi visto no aspecto "controle na devolução de bola"s. 

É claro que o equilíbrio seria a tônica do prenúncio já esperado. Porém, um dos fatores que mais me chamou a atenção foi o "direito de resposta" de Murray: Djokovic quebrava o seu saque e o dono da casa devolvia a quebra no game seguinte ou, no máximo, 2 games depois. Isso corrobora a ideia de que o mental dele estava perfeito.

Ao vencer o segundo set e abrir 2x0 na partida, ele inflou a torcida e partiu para cima. Começou o set final quebrando o serviço do "outro" e manteve-se estável. Sabe quando as coisas precisam acontecer? Pois é! Por mais que Djoker tentasse, não conseguiria vencer o jogo de hoje.

TENSÃO!

Momento decisivo do jogo. Murray tem 5/4 e vai sacar para o campeonato. Um turbilhão de ideias em sua mente, o público quase pulando para dentro de quadra e o sonho prestes a se tornar realidade. Eis que ele faz 40/0. Já era? Que nada! Esse jejum, teimoso que sempre foi, persistia em deixar a partida a flor da pele.  

Djoker chegou a salvar os 3 match points e teve a possibilidade da quebra. Fator importante 2: fosse anos atrás, o Andy teria entregado a paçoca. Mas a confiança dele após as conquistas em 2012 o tornaram mais cerebral. Focou em um ponto de cada vez e, FINALMENTE, fechou o jogo, o campeonato, a cisma, calou a boca da mídia e conquistou Wimbledon. Não há como contestar o Andy Murray que fez 3x0 no número 1 do mundo. Não há como não reverenciá-lo. Só resta saber se esta concentração será diária ou apenas um ato efêmero. 

6-4, 7-5 e 6-4.

Parabéns, Andy Murray!

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