Escolher os melhores do mundial sempre rende bons debates, pensamentos diferentes e, por vezes, discussões mais acaloradas sobre o que é (ou não) justo. Tentei utilizar critérios técnicos e de cunho decisivo. Eis os escolhidos.
Manuel
Neuer (Alemanha) - Goleiro
Escolha
difícil, já que K. Navas fez um brilhante mundial, operando verdadeiros
milagres. Se Neuer não fez tantas defesas quanto o costarriquenho, mostrou-se
importante nos momentos cruciais da fase final. Seguro, frio e...líbero. Não dá
para desconsiderar sua brilhante atuação contra a Argélia, onde foi um
verdadeiro líbero. E as defesas milagrosas contra a França? Neuer, sem nenhuma
dúvida, é o melhor goleiro do mundo. Se o futebol alemão passou por uma
profunda mudança, o mesmo pode ser dito em relação ao goleiro do Bayern de
Munique, que aperfeiçoou seu futebol. Goleiraço!
Philipp Lahm
(Alemanha) – Lateral-direito
Começou a
copa no meio, mas quando Löw deixou a teimosia de lado, Lahm foi gigante nas
três partidas em que atuou em sua posição de origem. Debuchy (França) fez um
ótimo mundial, mas Lahm é diferenciado: sabe encontrar espaços quando o
adversário fecha os lados, controla bem o ritmo da partida, incisivo, técnico. O
melhor do mundo em sua posição.
Ron Vlaar
(Holanda) – Zagueiro
Se a
eleição tivesse sido feita até as quartas de finais, eu teria colocado David
Luiz ou Kompany. No entanto, as fases mais agudas possuem um poder de exigência
acima do normal. Vlaar não é nenhum prímor de zagueiro, mas passou no teste.
Não é rápido, mas possui bom posicionamento. É incrível o comportamento do holandês no mano a mano, sem afobação. Passou três partidas dando aula de
posicionamento tático.
Mats Hummels
(Alemanha) – Zagueiro
Zagueiraço!
Falo desse cara desde 2010, quando fiz um texto sobre o Borussia Dortmund. Que
Copa do Mundo estupenda fez Mats Hummels. Além de defender muito bem, é
perigosíssimo nas bolas aéreas – tanto é que fez dois gols. Mesmo não sendo dos
mais rápidos, Mats soube se colocar muito bem dentro do esquema e fez a leitura
perfeita dos adversários. Vale lembrar que, antes do mundial, ele e o treinador tiveram
uma “discussão” que o levou ao banco de reservas.
Daley Blind
(Holanda) – Lateral-esquerdo
Lateral ou
zagueiro? Blind atuou de maneira impecável nas duas posições, já que sua
seleção jogou com 3 defensores. Enquanto ala, mostrou aos demais qual deve ser
o verdadeiro comportamento de um cara que sabe aproveitar os espaços pelos
flancos. Boa visão de jogo, qualidade no passe, ótimo posicionamento e
obediente taticamente.
Javier Mascherano
(Argentina) – Volante
“Masch”
surpreendeu pelo bom futebol apresentado. Foi o capitão do time, mesmo atuando
sem braçadeira. É bem verdade que ele chega mais duro em várias divididas. No
entanto, o que vimos durante o torneio foi um volante que desarmou, fez bons
lançamentos e deu a vida em todos os jogos. O estereótipo de “brucutu”, ao
menos na copa, não pode ser relacionado ao futebol desempenhado pelo atleta.
Toni Kroos
(Alemanha) – Volante
Volante?
Kroos foi o armador de sempre. As jogadas da campeã mundial passaram,
insistentemente, pelos seus pés. Sua visão de jogo privilegiada rendeu boas
ações aos alemães. Sua chegada em gol foi comprovada com gols, chutes de fora e
passes precisos. Se Schweinsteiger foi o pulmão/coração do time, Kroos foi o
cérebro da Nationalmannschaft. Jogador moderno, que defende e ataca com a mesma
qualidade.
Arjen
Robben (Holanda) – Meia-atacante -MELHOR JOGADOR DA COPA
Melhor jogador
da Copa. Mesmo que a FIFA não o tenha escolhido, Robben foi o momento de esplendor
do bom futebol. Dribles, fortes arrancadas, decisivo, etc. Não há como
contestar o futebol desse cara que buscou a condição de “solista” em todas as
partidas. Marcação apertada? Bola para o camisa 11. Contra-ataque em
velocidade? Bola nele. Não se escondeu em nenhum momento, mesmo com fortes
marcações. Foi, sim, o protagonista sem tanta grife, mas com o futebol sendo
jogado de maneira requintada, para cima e alegre.
James
Rodríguez (Colômbia) – Meia
Que
canhotinha mortal é essa, James? A alegria de jogar esteve em seus pés, nas
dancinhas após os gols e nas nrilhante jogadas desse ótimo jogador. Artilheiro
da Copa com 6 gols, James fez gol em todas as partidas da Colômbia
durante a competição. Por vezes sonolento atuando pelo clube, Rodríguez jogou a
Copa ligado na 220, conduzindo sua equipe às fases mais agudas da copa.
Lionel
Messi (Argentina) – Meia-atacante
Não foi o
Messi que todos esperavam, mas foi decisivo em alguns jogos. Messi viveu de
suntuosos lampejos durante o mundial. No entanto, todo gênio prova que precisa
apenas de uma bola para mostrar seu poder de definição. Muito bem marcado nas
partidas, faltou ao camisa 10 um pouco mais de incisão e domínio do próprio
futebol. Apesar desses “problemas”, Messi foi perigoso em chutes e em
esporádicas arrancadas – vide o lance contra a Suiça.
Thomas
Müller (Alemanha) – Atacante
Outro bom
valor dessa ótima geração alemã. Após duas copas disputadas, Müller já anotou
10 gols, e aparece como a principal ameaça para tomar o "reinado" Klose, recordista de gols (16) em
copas. O camisa 13, herdeiro de Gerd, não para em campo. Direita, esquerda ou
centro, lá está Müller se movimentando e dando opções aos companheiros. Já
demonstra a frieza de um veterano, mesmo com seus 24 anos.
REVELAÇÃO
- Memphis Depay (Holanda)
Mais um
voto que me causou dúvidas. Depay ou Pogba? Fiquei com a ousadia dessa moleque
bom de bola. Técnico, veloz e trabalhando para o time. Fez dois gols, deu
assistência para gol e mostrou seu bom futebol.
TÉCNICO –
Joachim Löw (Alemanha)
Ok, pode
ser fácil escolher o campeão para melhor treinador, mas não é. Van Gaal foi
muito inteligente ao explorar, taticamente, todos os seus jogadores durante o
torneio. No entanto, pelo longo trabalho, e principalmente por abrir mão dos
seus dogmas (caso Phillip Lahm), fico com o Löw.
Golaço da
Copa – James Rodríguez vs Uruguai
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