domingo, 27 de abril de 2014

Rio sofre "apagão" no 3º set, mas mantém hegemonia na Superliga


O Rio de Janeiro conquistou na manhã deste domingo, 27, o título da Superliga Feminina de Vôlei. As comandadas de Bernardinho superaram o ótimo time do Sesi, que havia eliminado o poderoso Osasco nas semifinais. Com parciais de 21/11, 21/12, 13/21 e 21/16, faturaram o caneco. Mesmo sem ter o melhor elenco, as cariocas contaram com a mescla de experiência e juventude e, sob a batuta da levantadora Fofão, conquistaram seu 9º título.

Jogando em casa e contando com o apoio incondicional da torcida, massacrou o time paulista nos dois primeiros sets. O saque foi o grande aliado do Unilever, que montou um bloqueio pesado, sem dar chances ao oponente. O volume de jogo, tão trabalhado por Bernardinho, fez com que Fofão tivesse total liberdade para escolher as várias opções de ataque. Mesmo tendo um time capaz de superar adversidades, o Sesi deu sinais de que sentiu a pressão no momento de disputar sua primeira final de Superliga. Irreconhecível em quadra, as paulistas sequer ameaçaram suas adversárias nas duas primeiras “etapas” da decisão. Por outro lado, o Rio de Janeiro jogou de maneira livre, leve e solta.

Foto: Marcio Rodrigues  MPIX

O terceiro set proporcionou alguma emoção. Afinal de contas, o amante do esporte quer ver uma grande decisão. Mais ligado em quadra e forçando o saque em Mihajlovic, o Sesi abriu 11-1 e foi administrando a situação. Talmo (Técnico) tirou Ivna, que esteve irreconhecível, para colocar Pri Daroit como ponteira passadora, e algo mudou. Já Bernardinho, nervoso como sempre, foi preservando suas principais atletas para o 4º set.

Quando o “bicho pegou”, a concentração voltou. Fofão, que passou por sérias lesões durante a temporada, distribuiu seu arsenal de bolas precisas, fazendo o time rodar e elevando o seu voleibol ao máximo. A torcida empurrou ainda mais e, ávido pelo título, o time não deu oportunidades de crescimento ao Sesi. Gabi, mesmo com apenas 19 anos, demonstrou a maturidade de uma veterana. Carol, considerada “baixinha” para jogar como central, deu aula no bloqueio. E o que falar de Fofão? Com 44 anos, superando a rotina cansativa, e dando o exemplo de profissionalismo as mais jovens, não conteve as lágrimas após mais uma conquista em sua BRILHANTE CARREIRA, e foi eleita a melhor jogadora da final. De forma “desacreditada”, em função da campanha feita na primeira fase, a equipe modificou sua trajetória dentro do torneio e ergueu, merecidamente, o troféu. Sabendo das limitações existentes em seu elenco, Bernardinho soube, mais uma vez, extrair o melhor de todas as atletas.

                                                                           Foto: Marcio Rodrigues  MPIX


Menção honrosa ao time do Sesi, que passa longe de ter o melhor elenco. Mas o que essas garotas fizeram durante o torneio, eliminando o Osasco, foi surreal. Sabe aquele time que começa a se acostumar com grandes jogos? Pois é! Se houver investimento e continuidade no trabalho, não há como duvidar de que muito em breve essa equipe terá totais condições de ser campeã.

Se o Osasco tinha o time de estrelas, o Rio mostrou que o aspecto coletivo faz muita diferença na hora “H”. Há quem diga que essa hegemonia é chata, faz mal ao voleibol brasileiro. Penso diferente. Mesmo tendo o elenco inferior a Osasco, e em pé de igualdade com Campinas, comprovaram que empenho e dedicação fazem parte do jogo. Parabéns, Rio! Título mais do que merecido. 


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