O Rio de Janeiro conquistou na manhã deste domingo, 27, o título da Superliga Feminina de Vôlei. As comandadas de Bernardinho superaram o ótimo time do Sesi, que havia eliminado o poderoso Osasco nas semifinais. Com parciais de 21/11, 21/12, 13/21 e 21/16, faturaram o caneco. Mesmo sem ter o melhor elenco, as cariocas contaram com a mescla de experiência e juventude e, sob a batuta da levantadora Fofão, conquistaram seu 9º título.
Jogando em casa e contando com o apoio
incondicional da torcida, massacrou o time paulista nos dois primeiros sets. O
saque foi o grande aliado do Unilever, que montou um bloqueio pesado, sem dar
chances ao oponente. O volume de jogo, tão trabalhado por Bernardinho, fez com
que Fofão tivesse total liberdade para escolher as várias opções de ataque. Mesmo
tendo um time capaz de superar adversidades, o Sesi deu sinais de que sentiu a
pressão no momento de disputar sua primeira final de Superliga. Irreconhecível
em quadra, as paulistas sequer ameaçaram suas adversárias nas duas primeiras “etapas”
da decisão. Por outro lado, o Rio de Janeiro jogou de maneira livre, leve e
solta.
Foto: Marcio Rodrigues MPIX
O terceiro set proporcionou alguma emoção. Afinal de contas, o amante do esporte quer ver uma grande
decisão. Mais ligado em quadra e forçando o saque em Mihajlovic, o Sesi abriu
11-1 e foi administrando a situação. Talmo (Técnico) tirou Ivna, que esteve
irreconhecível, para colocar Pri Daroit como ponteira passadora, e algo mudou.
Já Bernardinho, nervoso como sempre, foi preservando suas principais atletas para o 4º set.
Quando o “bicho pegou”, a concentração
voltou. Fofão, que passou por sérias lesões durante a temporada, distribuiu seu
arsenal de bolas precisas, fazendo o time rodar e elevando o seu voleibol ao
máximo. A torcida empurrou ainda mais e, ávido pelo título, o time não deu
oportunidades de crescimento ao Sesi. Gabi, mesmo com apenas 19 anos,
demonstrou a maturidade de uma veterana. Carol, considerada “baixinha” para
jogar como central, deu aula no bloqueio. E o que falar de Fofão? Com 44 anos,
superando a rotina cansativa, e dando o exemplo de profissionalismo as mais
jovens, não conteve as lágrimas após mais uma conquista em sua BRILHANTE
CARREIRA, e foi eleita a melhor jogadora da final. De forma “desacreditada”, em função da campanha feita na primeira
fase, a equipe modificou sua trajetória dentro do torneio e ergueu, merecidamente,
o troféu. Sabendo das limitações existentes em seu elenco, Bernardinho soube,
mais uma vez, extrair o melhor de todas as atletas.
Foto: Marcio Rodrigues MPIX
Menção honrosa ao time do Sesi, que passa
longe de ter o melhor elenco. Mas o que essas garotas fizeram durante o
torneio, eliminando o Osasco, foi surreal. Sabe aquele time que começa a se
acostumar com grandes jogos? Pois é! Se houver investimento e continuidade no
trabalho, não há como duvidar de que muito em breve essa equipe terá totais
condições de ser campeã.
Se o Osasco tinha o time de estrelas, o
Rio mostrou que o aspecto coletivo faz muita diferença na hora “H”. Há quem
diga que essa hegemonia é chata, faz mal ao voleibol brasileiro. Penso
diferente. Mesmo tendo o elenco inferior a Osasco, e em pé de igualdade com
Campinas, comprovaram que empenho e dedicação fazem parte do jogo. Parabéns,
Rio! Título mais do que merecido.